Nenhum grupo atingiu meta de vacinação contra a influenza na Capital

Divulgação/PMCG
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Secretaria municipal espera que Ministério da Saúde prorrogue o prazo para imunização

Dois meses após o início da vacinação contra a gripe, Campo Grande ainda está distante da meta de vacinar 90% dos grupos prioritários, o que tem preocupado a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde). Com faixas que não atingiram nem 30% do público-alvo, o município espera que a campanha seja prorrogada para tentar melhorar o desempenho da cobertura.

“A vacinação da gripe ainda nos preocupa, principalmente a de grupos que sempre cumprimos a meta, como é o caso dos idosos, profissionais da saúde e educação. Nas outras edições, a imunização desse público chegava a 90% e, agora, ainda está baixa”, explicou Veruska Lahdo, superintendente de Vigilância em Saúde da Sesau.

Na avaliação dela, o principal agravante para a baixa adesão foi a abertura de duas campanhas de vacinação ao mesmo tempo, a da influenza e da COVID-19. Segundo a superintendente, tem sido comum casos em que pessoas aguardam receber as duas doses do imunizante contra o novo coronavírus, para só então procurar a vacina da gripe.

“É uma espera desnecessária. Nós sempre orientamos que no caso de quem tomou a Pfizer ou a Astrazeneca, que tem espaçamento de tempo maior entre as duas aplicações, a pode tomar a vacina da gripe depois de duas semanas que se vacinou contra a COVID”, esclareceu. Somente para quem tomou a CoronaVac, a recomendação é de que se complete o ciclo vacinal contra o novo coronavírus para duas semanas depois se imunizar contra a influenza.

Para a Sesau, a preocupação ainda aumenta em razão do período do ano, comum pelo surgimento de quadros gripais e aumento da demanda nas unidades de saúde do município, que já enfrentam situação delicada por conta da pandemia. “É uma época em que quadros de doenças respiratórias são comuns. Por isso nosso objetivo é manter uma cobertura vacinal ideal para que a gente não tenha a circulação de mais um vírus na cidade”, finalizou Lahdo.

O último balanço divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde mostra que grávidas e puérperas tiveram o pior desempenho vacinal e atingiram pouco mais de 28% do total que se esperava. Das 10.296 gestantes, apenas 2.904 foram imunizadas contra a influenza. Entre mães com bebês de até 45 dias, foram vacinadas 475 de um grupo de 1.692. Uma das razões que podem explicar os baixos índices é justamente a vacinação contra a COVID-19, que foi aberta recentemente para esses públicos.

Em seguida, na lista com pior desempenho, aparecem professores, com 60,10% do público-alvo vacinado e trabalhadores da saúde, com 66,86%. Dos 80.080 idosos com 60 anos ou mais, 52.569 foram imunizados, um total de 80,08% das pessoas deste grupo. Liderando o ranking, mas ainda longe do índice de 90% de vacinação recomendado, crianças de 6 meses a menores de 6 anos, que somaram 78,77% do objetivo. Das 65.568 em Campo Grande, 51.645 estão protegidas contra a gripe.

Com números que ainda não chegaram ao que se esperava, a prefeitura aposta na prorrogação da campanha para melhorar os índices. Segundo calendário definido pelo Ministério da Saúde, a vacinação contra a gripe segue até 9 de julho. “É bem provável que prorroguem porque a cobertura está baixa não só aqui, mas no país todo. Vamos aguardar por esse posicionamento”, explicou a superintendente de saúde, Veruska Lahdo. Por regra, se todas as doses não forem aplicadas após a prorrogação, os imunizantes são liberados para a população em geral.

A vacinação segue para profissionais da segurança e salvamento, crianças entre 6 meses e menores de 6 anos, gestantes, puérperas, trabalhadores da saúde e da educação e pessoas com comorbidades e deficiências permanentes, e nos dois últimos casos é preciso apresentar cópia do laudo médico. A aplicação é feita em 29 UBSs (Unidades Básicas de Saúde) das 7h30 às 17 horas.

Texto: Clayton Neves

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