Na área particular, obras de requalificação na antiga rodoviária devem se arrastar até 2025

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[Texto: Por Inez Nazira e Ana Cavalcante, Jornal O Estado de MS]

Previsão da prefeitura é a de entregar a parte do prédio da gestão municipal até mês de dezembro

Prefeitura realiza requalificação ao lado da antiga rodoviária, avaliada em mais de R$ 16 milhões. Prevista para terminar em 2022, a obra, após dois anos parada, tem novo prazo de entrega para o fim deste ano.

A requalificação, apesar de gerar expectativas nos comerciantes e proprietários da região, que anseiam por um maior fluxo de pessoas e pela revitalização do espaço, também expõe preocupações: trabalhadores locais alegam sentir-se mais isolados e “apagados” devido à morosidade das obras. Ansiosos para retomar as atividades e atrair o público ao local, os proprietários de salas comerciais da antiga rodoviária realizam revitalização privada.

As obras de revitalização da área particular do Terminal Rodoviário Heitor Eduardo Laburu, conhecida como antiga rodoviária, iniciaram neste semestre de 2024; a previsão inicial de entrega é para o fim
2025. Segundo o síndico Sebastião Paulo Pereira, a revitalização, que já iniciou e pintou uma ala do antigo prédio, gera expectativa.

“Nós já começamos a revitalização e estimamos a previsão de entrega para o fim do ano que vem. Nosso objetivo é reviver o espaço e abrir uma galeria, na qual, escritórios, centros de beleza e outros modelos de negócio possam surgir. A ideia é trazer uma nova imagem para a rodoviária, um novo público. Tornar a região segura e saudável”. De acordo com síndico, a revitalização é custeada a partir de arrecadações dos proprietários, e mesmo com morosidade nas obras da Prefeitura, o anseio de que a requalificação proposta pela prefeitura reviva o local e transforme o espaço em um grande complexo.

“Aqui o complexo é um prédio híbrido, onde tem partes públicas e as partes privadas. Depois de tudo pronto, vai ser um grande complexo: na parte municipal estará a Funsat (Fundação Social do Trabalho) e um estacionamento. Na área particular, entraremos com a galeria, tanto embaixo como em cima”, explica.

Contudo, devido ao atraso na construção da prefeitura, há mais de dois anos, comerciantes na região temem que obra não seja concluída, dificultando ainda mais a falta de movimento na região, conforme preocupa o funcionário de uma lanchonete, Mario Jorge, 33, que nomeou a obra de “bicho preguiça”.

“Espero que o bicho preguiça fique pronto! Há mais de 3 anos, e nada de sair. Com ela, ficamos mais escondidos ainda, mas espero que dê retorno, maior fluxo em vendas, e traga a população”, disse.

Para a recepcionista Jucilene da Silva, 32, o sentimento de insegurança e expectativa também prevalece. De acordo com a funcionária, além da morosidade, a obra “esconde” ainda mais os trabalhadores e comércios da região. “Nós ficamos escondidos porque eles tamparam tudo, então a gente quer que termine logo”, afirmou. “O lado positivo é que afastou os moradores de rua, que se afastaram um pouco por conta da movimentação”.

Entenda a requalificação

Do contrato de R$ 16.598.808,77 entre a construtora NXS Engenharia e a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) para a execução do projeto, já foram utilizados R$ 1.983.761,63, com 70% obra finalizada, de acordo com a prefeitura. O projeto abrange as áreas públicas do local nos dois pisos do prédio, que somam 5,1 mil metros quadrados e a construção de 1.070,28 m². O local abrigará a Guarda Civil Metropolitana e a sede da Funsat.

“As equipes terminaram de fazer o contrapiso do térreo e estão iniciando o pavimento superior. A estrutura metálica de suporte dos brises da fachada está 70% concluída. Com a conclusão da revitalização, prevista para dezembro deste ano, o espaço será ocupado pela Funsat e GCM”, informou a Sisep (Secretaria municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos).

Projeto

No plano de execução, no espaço externo das antigas plataformas será construído um corredor que permite acesso à galeria e ao edifício público, também está prevista um calçadão com jardins contemplativos e a reabertura das duas claraboias do projeto original para ampliar a iluminação e a ventilação do prédio.

Com objetivo de assegurar a acessibilidade, o projeto prevê calçadas alargadas no entorno, estacionamento em 45 graus retirado para inserção de jardins e áreas de estar com rampas e faixas elevadas de pedestres para controlar a velocidade dos veículos. As obras também incluem uma fachada moderna com jardins verticais que visam melhorar o isolamento térmico, reduzindo o calor no verão e manter a temperatura amena no inverno.

O projeto de revitalização foi proposta após o fechamento da rodoviária. O local havia se tornado abrigo para muitas pessoas em situação de rua e usuários de drogas. A SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) reforça que atuam com ações voltadas ao atendimento de pessoas em situação de rua, alocados na região da antiga rodoviária, como o Programa de Ação Integrada e Continuada de Atenção às Pessoas em Situação de Rua- PAIC, para usuárias abusivas de álcool e/ou outras drogas. Em casos de solicitações e atendimentos para pessoas em situação de rua, os telefones são: 67 99660-6539 ou 99660-1469.

“Discutimos ações que visem o acesso efetivo a novas oportunidades de acolhimento, saúde, direitos à cidadania, qualificação profissional, segurança e inserção no mercado de trabalho. A SAS também conta o Serviço Especializado em Abordagem Especial – SEAS, para pessoas em situação de rua que, junto ao Consultório de Rua, da SESAU, tem intensificado as ações na região. O serviço realizado pelas equipes do SEAS é continuado e 24 horas por dia, nos dias de chuvas e frio o trabalho é intensificado, as pessoas em situação de rua são abordadas e em caso de consentimento são encaminhadas para unidades de acolhimento”

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