Neste ano, Mato Grosso do Sul já soma 42 mortes em decorrência de complicações provocadas pela dengue, além de outras 40.887 pessoas contaminadas pelo vírus. Dados divulgados no Boletim Epidemiológico mostram que a maioria das vítimas fatais é composta por mulheres, com idades entre 40 e 80 anos.
Segundo o boletim, foram 23 mulheres e 19 homens que morreram em decorrência da doença. Quanto às novas vítimas pela doença, nenhuma delas tinha comorbidade relatada. Sendo uma mulher de 68 anos, moradora de Bonito, que faleceu em 18 de agosto e, a outra vítima, um homem de 72 anos, que residia em Nova Alvorada do Sul.
Ainda de acordo com o boletim, o mês mais letal para a doença, neste ano, foi março, onde 12 pessoas morreram em decorrência do vírus. Os dados mostram ainda que os meses de novembro e dezembro não apresentaram mortes.
Em entrevista ao jornal O Estado, a superintendente em vigilância da Secretaria de Saúde de Campo Grande, Veruska Lahdo, confirma que a Capital manteve uma constante nos anos, entre 5 a 8 óbitos. “Infelizmente, continuamos encontrando os focos com maior frequência dentro das residências.”
A superintendente ainda destaca que a melhor forma de combater a dengue é evitar estes focos, que se encontram, na grande maioria, em utensílios deixados nos quintais. “Temos exemplo dos brinquedos, potes, materiais descartáveis e pneus descartados de forma incorreta”, pontua.
Vacinação
Nó último dia 21, o Ministério da Saúde decidiu incorporar, a vacina Qdenga, contra a dengue, ao SUS (Sistema Único de Saúde). Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, com isso, o Brasil se torna o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal.
Em entrevista ao jornal O Estado, Julio Croda, médico infectologista, pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, destacou a liberação como um passo importante na luta contra a doença, contudo, a distribuição, por parte do laboratório, não ocorrerá em larga escala, deixando a imunização em um grupo restrito e em regiões prioritárias, o que tende a postergar os resultados para o médio e longo prazo.
Operação Mosquito Zero no bairro Rita Vieira
A Prefeitura de Campo Grande, por meio da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), realiza, neste sábado (23), mutirão de combate ao mosquito Aedes aegypti – transmissor da dengue, zika e chikungunya – na região do bairro Rita Vieira. Os agentes estarão mobilizados, das 7h às 13h, realizando a visitação domiciliar e orientação da população sobre as medidas de prevenção.
Além do caráter educativo, este tipo de ação contribui de maneira efetiva na redução dos índices de proliferação do mosquito, explica o coordenador da CCEV (Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais), Vagner Ricardo Santos. “Nós orientamos os moradores sobre a importância dos cuidados diários, sobretudo em relação ao descarte adequado dos materiais inservíveis, potenciais criadouros do mosquito. Além disso, nossos agentes fazem o trabalho de inspeção, identificação e eliminação de focos do mosquito”, diz.
O coordenador reforça a preocupação com a chegada do período de chuvas, sendo necessário agir de maneira preventiva para evitar um aumento no número de casos. “Se essas medidas, que são simples, não forem adotadas agora, corremos o risco de sofrer com o aumento das doenças, nos próximos meses. Por isso, é fundamental que cada um faça a sua parte e a colaboração da população é essencial, neste processo. Não adianta o Poder Público agir sem que haja consciência por parte das pessoas”, enfatiza.
Atualmente, os casos de dengue estão estáveis em Campo Grande, com redução significativa a partir do mês de junho. Do dia 1º de janeiro a 19 de dezembro foram notificados 16.435 casos e seis óbitos foram provocados pela doença. No mesmo período, foram confirmados 15 casos de zika e 16 de chikungunya. Se comparado com o primeiro semestre deste ano, os casos tiveram redução de mais de 80%.
Por – Thays Schneider
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