O Estado de Mato Grosso do Sul registou, no primeiro semestre de 2023, de janeiro a junho, 2.234 casos de picadas de escorpiões, sendo 673 somente em Campo Grande. Os dados são da SES (Secretaria de Estado de Saúde). O caso mais recente foi registrado em Ribas do Rio Pardo, nesta última semana, com a morte do paciente, um menino de 5 anos. Ao todo, a cidade contabiliza 11 acidentes com o animal, de acordo com o Sinan (Sistema de Informação der Agravo de Notificação).
A principal medida a ser tomada em caso de picada de escorpião é ir direto ao hospital, assim os médicos poderão determinar a gravidade da situação. O doutor Alexandre Moretti de Lima, responsável clínico pelo Ciatox (Centro de Informação e Assistência Toxicológica) e professor adjunto em dermatologia pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), relata que, em situações graves, é necessário soro antiveneno.
“A maioria dos casos é considerada leve e é aplicado apenas analgesia. Em crianças e idosos, os sintomas podem ser mais graves, podendo haver necessidade de soro antiveneno”, explicou.
O doutor Rodrigo Quadros, médico emergencista, fez algumas recomendações, em caso de picada de escorpião. “É necessário lavar bem o local da picada, com água e sabão, colocar compressa fria (gelo enrolado em um pano) na área, para ajudar a aliviar a dor e inchaço, procurar assistência médica imediatamente, especialmente se a vítima for criança, idosa ou tiver reações mais fortes. É interessante identificar o exemplar do escorpião, podendo ser com foto, de preferência com uma régua ao lado, ou até mesmo levando o escorpião morto ao atendimento”.
“O sintoma de maior prevalência é a dor intensa, que consideramos sintomas locais, sendo o melhor para prognóstico e evolução. Já se o paciente apresenta sintomas sistêmicos, o caso deve ser tratado de forma imediata por uma equipe com médico e feito, em alguns casos, intervenção com o uso de soro antiescorpiônico, já sendo tratado como um caso mais grave”, completa o doutor Rodrigo Quadros.
As crianças têm uma resposta mais intensa às picadas de escorpião do que os adultos. “Isso ocorre porque, normalmente, a quantidade de veneno é proporcionalmente maior na criança, por ela ser menor e seu sistema imunológico ainda está em desenvolvimento. Em casos de picada em crianças, a busca por atendimento médico deve ser ainda mais urgente”, esclarece o médico emergencista.
Existem algumas medidas básicas a serem tomadas para evitar a proliferação de animais peçonhentos, como o escorpião. “Temperaturas altas, como no verão e na primavera, fazem com que esses animais saiam da toca. Então, o recomendado é usar água sanitária em ralos, frestas, fechar buracos no chão, colocar barreira mecânica nas portas, fazer o controle dos vetores, insetos, baratas que são alimentos para esses animais, que saem dos seus esconderijos em busca de comida”, orienta o professor Alexandre Moretti.
Caso Pyetro
O caso mais recente de morte no Estado foi o do Pyetro Gabriel Arguelho, de 5 anos, que faleceu na terça- -feira (22). A criança foi picada no dia 15 de agosto, quando a sua mãe o arrumava para ir à escola. Ao colocar o sapato, foi picado pelo escorpião que estava escondido.
O menino foi levado ao Hospital Municipal Maria Marques Domingues, em Ribas do Rio Pardo, mas foi encaminhado para o Hospital Regional, em Campo Grande, onde ficou internado por uma semana, não resistiu e morre.
Por – Inez Nazira
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