Moradores do Marcos Roberto reclamam da frota reduzida de ônibus

O transporte coletivo também sofreu diversas alterações diante da pandemia da COVID-19, tendo, inclusive, as atividades suspensas por 15 dias, entre os dias 20 de março e 5 de abril. Muitas linhas também tiveram mudança no itinerário e essas alterações não estão agradando aos usuários, como é o caso dos moradores da região do Marcos Roberto e da Vila Nhanhá. Isso porque a linha 121 (Marcos Roberto/Terminal Bandeirantes) deixou de ir até o centro da cidade e de circular, justamente, dentro do próprio bairro que dá o nome à linha, o Marcos Roberto.

De acordo com a vice-presidente da Vila Nhanhá, Rose Pereira, no local moram muitas diaristas que estão tendo de usar aplicativos de locomoção para conseguir trabalhar. “Pelo que andei conversando, estão pagando para trabalhar. Tem uma [moradora] mesmo que me disse que paga R$ 40 para atender uma de suas clientes. É um absurdo o que fizeram com a gente e, o pior, sem avisar. Ninguém nem sabe mais o horário que passa, qual o itinerário, sabemos que agora ele vai para o terminal Bandeirantes, não vai mais até o centro da cidade e dentro do bairro Marcos Roberto”, revelou.

Outra moradora que reclamou das alterações é a Lindinalva Cardoso, de 41 anos. O filho ficou horas no ponto aguardando e nada do ônibus. “Meu filho ficou das 7h às 9h no ponto e nada do ônibus, ele até perdeu o curso”, assegurou.

A diarista Cristina Maria, 55 anos, não tem problemas só com a linha 121 (Marcos Roberto). “Às segundas-feiras faço duas diárias no Tiradentes, uma na Avenida Marquês de Lavradio e outra na Rua Rogério Cavalari, e como dá uma boa distância, eu utilizo do transporte público. A linha 102 (Guaicurus/Hércules Maymone), no entanto, desde o início da pandemia ela parou de rodar depois das 8h30 e só retorna às 15h”, afirmou.

A situação dos ônibus deve continuar assim por tempo indeterminado, já que uma ordem de serviço emitida pela Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) autoriza o número de veículos que circula hoje na cidade, em função da pandemia.

Segundo o diretor-presidente, Janine Bruno, desde o início da pandemia os ônibus foram reduzidos. A medida se deu porque, em um primeiro momento, em março, o transporte foi paralisado após decreto municipal. Posteriormente, voltou a rodar apenas para profissionais de saúde. Com as flexibilizações em abril, o número vem subindo gradativamente, mas não chegou ao que era antes da pandemia.

Bruno destacou que antes eram cerca de 497 veículos rodando, mas, atualmente, rodam cerca de 68% da frota em função da queda de usuários. Assim, a Agetran emitiu uma ordem de serviço com o número de veículos que devem circular. “É de acordo com a demanda. O número de passageiros caiu muito, hoje, temos cerca de 35%.”

No entanto, Janine garantiu que o número de veículos aumenta conforme a demanda. “Se tiver aumento no número de passageiros, a gente vai aumentar os ônibus, mas hoje, já se opera com uma capacidade muito alta. Temos entre 34% e 35% de passageiros e estamos utilizando 68% da frota”, afirmou.

Confira o material completo e outras notícias na edição desta sexta-feira (26), do caderno de cidades, do jornal O Estado MS.

(Texto: Rafael Alves/Publicado por João Fernandes)

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