“Modelo de policiamento de segurança patrimonial é arcaico” acredita sindicato que representa a GCM

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No ano passado, guardas foram designados para fazer rondas escolares. Foto: Marcos Maluf

Guardas citam falta de investimento em sistemas modernos e recorrem pelo fim dos vigias terceirizados 

Com o retorno das aulas na Reme (Rede Municipal de Educação) em Campo Grande, marcado para o próximo dia 15, a maior preocupação dos pais é a segurança dos alunos, que ainda seguem moldes desatualizados e falsa sensação de segurança. Para tornar a situação ainda mais sensível, a AGMCG/MS (Associação da Guarda Municipal de Campo Grande) aguarda o cumprimento da decisão judicial que pede o fim dos vigilantes terceirizados em locais de responsabilidade do município.

De acordo com o presidente da AGMCG, Hudson Bonfim, a questão de seguranças nas 205 unidades escolares municipais é arcaica e completamente fora do parâmetro de outras capitais do país. “Esse modelo de policiamento de segurança patrimonial é arcaico. Hoje, o ideal é seguir o que é feito em Belo Horizonte, que tem monitoramento por câmeras que informam a Central da Guarda Civil”, exemplificou Bonfim.

Para a categoria, não adianta ter apenas um guarda na portaria, por mais que esteja portando arma de fogo, isso não é suficiente para conter uma situação de real perigo. “O guarda sozinho não vai conseguir fazer a contenção e possível prisão. Ele ali na porta, para uma escola com três mil alunos, é apenas para dar a sensação de falsa segurança”, completa.

Além disso, os guardas esperam que o Executivo Municipal cumpra a decisão da 1ª vara de Direitos Difusos, Coletivos, Individuais e Homogêneos de Campo Grande, de dezembro do ano passado, que pede o fim da lotação de vigias terceirizados em locais de responsabilidade do município. “Temos uma guarda uniformizada, treinada e capacitada para segurança. É inconstitucional colocar alguém sem investigação de histórico e preparo para tal função. Esperamos que a Prefeitura cumpra essa decisão agora na volta às aulas e haja a abertura de postos extras para Guarda”, concluiu o GCM.

Cabe lembrar, que outros 58 guardas que foram aprovados há mais de um ano, seguem aguardando a convocação por parte do município. Nas redes sociais, em páginas criadas pelos agentes, eles citam a importância de serem convocados para ampliar a segurança neste período de volta às aulas. O jornal O Estado questionou a Semed (Secretaria Municipal de Educação) qual será a estratégia de segurança nas 106 Emeis (Escolas de Educação Infantil) e 99 escolas do Ensino Fundamental em 2024. A assessoria informou que a gestão já reforçou o efetivo da Guarda Municipal nas Escolas Municipais, instalação de câmeras de segurança, trancas e alarmes, com mais dez veículos colocados à disposição para as unidades escolares, divididos nas sete regiões.

Além disso, a Semed, junto com a Agetec (Agência Municipal de Tecnologia da Informação e Inovação), produziu o aplicativo Educação Mais Segura, disponibilizado para contato com a Guarda Municipal.

Para a segurança dos profissionais da educação e alunos, foram remanejados 89 guardas para atender as escolas durante o período de aulas.

Com relação ao aplicativo Educação Mais Segura, ele é disponibilizado para professores e diretores das unidades escolares e tem as seguintes funções: botão de alerta, envio de áudio de 5 segundos para informar o ocorrido e envio da localização do fato.

Por Kamila Alcântara.

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