Mesmo com escalonamento de horários, pais se dividem sobre o retorno ao ensino presencial

Divulgação/Prefeitura
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Mesmo com a estratégia adotada pela Reme (Rede Municipal de Educação) de escalonar a entrada e a frequência dos alunos, os pais ainda se encontram divididos se vão ou não permitir que os filhos voltem para as aulas presenciais que começam no dia 26 /07 nas escolas municipais. A Semed (Secretaria Municipal de Educação) preparou uma série de medidas para evitar aglomerações e garantir a biossegurança nas unidades. 

A dona de casa Viviane Miguel da Silva tem dois filhos que estudam na Escola Municipal Professora Maria Regina de Vasconcelos Galvão, no bairro Jardim Paulo Coelho Machado. Ela não está totalmente segura em deixar Nickolas Brayan Miguel Alves, de 10 anos, e Nickole Beatryz Miguel Alves, de 6, retornarem para o ensino presencial, mas não vê outra solução.

“Se fosse pela questão do vírus eu não deixaria, mas pela questão de ensino, para eles aprenderem melhor, é só voltando para escola mesmo. Eles dois estudam no mesmo horário e eu acabo que tenho que ajudar os dois ao mesmo tempo. Eu fico muito estressada, tem matéria que eu tenho dificuldade mesmo a professora estando no WhatsApp explicando”, desabafou.

A família mora no bairro Los Angeles e os filhos precisam pegar ônibus para ir à escola. Mesmo com o coração apertado com medo dos filhos serem infectados pelo novo coronavírus, a mãe precisa deixá-los usar o transporte coletivo, já que não tem outro meio de locomoção. “Querendo ou não vai ter aglomeração, vão ter muitas crianças”, disse. 

Quem também teme deixar a filha estudar de forma presencial neste momento de pandemia é a dona de casa Ana Paula dos Santos Cabrera. Ela também tem sentido a dificuldade em ajudar Amanda Beatriz Cabrera Machado, de 8 anos, nas aulas remotas, já que a criança tem déficit de atenção e hiperatividade, mas ainda está em dúvida se vai mandar a filha para a escola. “Eu estou numa dúvida muito grande, a gente não conseguiu tomar a vacina, eu nem conversei com o pai dela sobre isso, mas eu acredito que não”, enfatizou.

O medo da mãe é que as outras pessoas não tenham os cuidados de prevenção para evitar a COVID-19 e a filha acabe infectada. “Eu penso que por mais que os professores estejam vacinados, as crianças não estão. Eu não conheço a família das outras crianças, não sei se eles se cuidam, não sei se ficam em casa como a gente”, questionou.

Já a dona de casa Joselina Chimendes já está decida que não vai permitir que as três filhas, estudantes da Escola Municipal Doutor Plínio Barbosa Martins, no bairro Jardim Macaúbas, voltem para as aulas presenciais. Segundo ela, as crianças têm problemas respiratórios e precisam utilizar o transporte coletivo. 

“É melhor ficar em casa do que ir para a escola, pegar o vírus e correr o risco de morrer. Eu até conversei com a diretora e ela disse que quem não quiser pode continuar na aula remota. Eu não acho que é o momento de voltar, só será o momento quando todo mundo estiver vacinado. Não estão tendo vagas [leitos] nem para os que estão ficando doente, imagina se as crianças ficarem?”, desabafou. 

A administradora Juscilene Santana também concorda que este não é momento para as aulas presenciais retornarem, já que não tem uma quantidade significativa de pessoas vacinada em Campo Grande. Porém, ela já decidiu que o filho Pablo Henrique Santana Serviam, 12 anos, estudante da Escola Municipal Etalívio Pereira Martins, vai para a escola. 

“Ele está com muitas saudades da escola, professores e amigos. O acompanhamento com o profissional da educação tem mais embasamento sendo de forma presencial do que online. Meu filho é tímido e nas aulas remotas ele não sana todas as dúvidas dele, ele vai na onda dos outros dizendo que entendeu a matéria e acaba vindo a mim tirar as dúvidas. Até eu entender o que ele está aprendendo, que assunto está sendo abordado leva muito tempo”, ressaltou. 

Retorno

Segundo o superintendente de gestão das Políticas Educacionais da Semed (Secretaria Municipal de Educação), Waldir Leonel, o retorno das aulas presenciais está previsto para o dia 26/07 e só deve ser adiado caso seja recomendado pela Saúde. Para isso, foi pensado um sistema de rodízio de alunos nas turmas. Com isso os alunos vão frequentar a aula, em média, a cada duas semanas, de manhã ou à tarde, e não mais em período integral, como ocorria antes da pandemia. 

(Mariana Ostemberg)

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