Maternidade Cândido Mariano estuda fechar leitos de UTI

A Maternidade Cândido Mariano pode encerrar o contrato de 10 leitos de UTI neonatal, no próximo mês. Isso porque o repasse para bancar os leitos, que eram sustentados pelo município e governo do Estado, não é suficiente. Além do desfalque mensal de R$ 400 mil, promovido em razão da manutenção dos leitos, a unidade ainda aponta que houve perda no total de profissionais que deveriam atuar na manutenção dos leitos, passando de 12 para um total de 7. Outro ponto, que superlota os leitos da maternidade se passa pela mudança no atendimento que é realizado durante a pandemia, que levou a instituição a uma demanda maior.

A maternidade montou cerca de dez unidades neonatais em carácter de urgência há mais de cinco anos, porém, hoje, o custo da manutenção desse setor ultrapassa a verba repassada pela prefeitura e pelo governo do Estado, e, acaba gerando um desfalque de R$ 400 mil ao mês para a instituição. Conforme a tesoureira da maternidade, Maria Cláudia Mourão Santos Rossetti, os leitos são essenciais no tratamento de bebês prematuros, que se não recebem assistência especializada podem acabar indo a óbito, e para suprir essa demanda é preciso um reajuste no repasse realizado a instituição. Uma das cobranças está nos valores estabelecidos pela tabela SUS (Sistema Único de Saúde), que se encontram há anos desatualizados.

“Nós montamos em carácter de urgência em parceria com o Estado e o município, nós tínhamos um dinheiro da prefeitura em que eles entravam com a parte médica, e o estado bancava medicação e o aluguel dos materiais, e, mesmo com o auxílio manter os leitos acaba sendo caro. Atualmente, nós temos um deficit de R$ 400 mil por mês”, pontua. Porém, com o período contratualizado se encerrando, outros problemas foram sendo apresentados, a equipe médica está abaixo do esperado para atender a demanda, o que afeta diretamente no trabalho realizado no local. “Os pediatras neonatologistas, que são específicos para isso, foram saindo da rede, começamos com 12 e hoje nós temos 7, nós estamos segurando ‘na unha’, mas não tem mais gente na prefeitura”, estabeleceu.

De acordo com a tesoureira, esse é um serviço essencial para o atendimento médico, que lida diretamente com o nascimento de bebês de todo o Estado. “Nós não prestamos suporte apenas para as grávidas de Campo Grande, são mães de MS que buscam auxílio na maternidade, isso porque o interior não possui infraestrutura pelo SUS para realizar esses procedimentos de risco”, apontou Rossetti. Portanto, a maternidade busca manter o serviço funcionando, mas sem o repasse que contemple o serviço de forma geral, a atividade não será mantida.

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(Texto: Amanda Amorim/Publicado por João Fernandes)

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