Marido de Caroline Bittencourt, o empresário Jorge Sestini foi indiciado pela Polícia Civil de São Paulo por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) pela morte da modelo no dia 28 de abril, em um acidente de barco em Ilhabela, no litoral de São Paulo.
O inquérito foi concluído nesta sexta-feira (16) e encaminhado ao Ministério Público, que vai decidir, com base nas investigações, se Sestini vai responder judicialmente pela morte da mulher. A Promotoria também pode pedir o arquivamento do processo ou novas investigações sobre o caso.
“O inquérito policial foi relatado à Justiça pela autoridade policial responsável pelo 1°DP de São Sebastião, nesta sexta-feira (16). O condutor da embarcação foi indiciado por homicídio culposo”, informou em nota a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
A pena para homicídio culposo é de um a três anos de prisão. Em maio, o delegado Vanderlei de Almeida Filho, responsável pelas investigações, já tinha dado indicações de que iria denunciar Sestini. Segundo declarações dele, o empresário foi avisado pelo dono da marina, em São Sebastião (litoral paulista), que uma virada no tempo aconteceria e que estava indo em direção à região em que ambos partiriam.Ainda segundo o documento assinado por Filho e lido no programa Cidade Alerta, da Record, o empresário assumiu o risco de dirigir a embarcação e mesmo avisado foi ao mar com a mulher.
Na ocasião, uma tempestade atingiu o barco e fez com que a modelo caísse e afundasse.A polícia ouviu o depoimento do dono da marina de onde o barco foi lançado ao mar. Nele, há relatos de que Sestini foi avisado dois dias antes de que haveria mau tempo e foi advertido dos riscos por meio de mensagens no aplicativo de conversa WhatsApp. Com isso, ao ter visualizado as mensagens e, mesmo assim, feito o passeio, teria assumido o risco iminente de acidente numa conduta qualificada como negligente e culposa.No dia 7 de maio, áudios de conversas entre Sestini e o dono da marina foram divulgados pela polícia para a imprensa. De acordo com as mensagens, o primeiro alerta de mau tempo foi enviado por Lenildo, dono da marina, durante a tarde e Sestini respondeu às 15h44, agradecendo o aviso.
“Fala Jorge, tudo bom? Dá uma olhadinha aí se puder se antecipar o tempo vai ficar feio. Já mandaram um alerta lá de Itanhaém. O canal por aqui, ali por trás da ilha, está ficando ruim, tem cliente nem conseguindo navegar ali. Então, fica esperto aí. Abraço”, disse Lenildo.
“Valeu, Magrão! Valeu pela preocupação, por cuidar da gente. Tranquilo, eu estou aqui no canal já, devo chegar aí umas 17h30 mais ou menos. Valeu!”, respondeu Jorge.
Uma segunda mensagem, então, foi enviada pela profissional por volta de 17h15 da tarde, mas não houve resposta do casal. O vendaval que matou Caroline Bittencourt atingiu Ilhabela por volta de 17h daquele dia. “Fala Jorge, tudo bom? O negócio está feio, cara. O canal fechou, tá feio, e não tem previsão de terminar isso tão cedo. É bom você nem tentar atravessar o canal porque afundou barco no canal. Então, é melhor você pernoitar por aí mesmo e amanhã se o tempo tiver legal você sai mais cedo e vem embora. Porque hoje está feio o negócio. É melhor você ficar para vir amanhã, na hora que der uma melhorada. Me confirma aí, um abraço.”
A modelo foi encontrada na Praia das Cigarras, que fica a quatro quilômetros de onde havia desaparecido. Já a lancha que o casal utilizava para a travessia até Ilhabela foi achada em Caraguatatuba. Caroline deixou uma filha de 17 anos.A reportagem não conseguiu contato com Jorge Sestini até a conclusão deste texto.