Manifestação contra presidente Bolsonaro tem baixa adesão popular em Campo Grande

Foto: Karine Alencar
Foto: Karine Alencar

Número de manifestantes atingiu 300 pessoas, bem abaixo da expectativa para reunir até 5 mil

Mais de 300 pessoas foram ao ato “Fora Bolsonaro” na Praça do Rádio Clube, de acordo com a organização, que previa 5 mil manifestantes. As principais reivindicações são contra a PEC 32, contra o governo federal e a forma com que o presidente lida com a pandemia da COVID-19. A passeata saiu às 10 horas, descendo a Avenida Afonso Pena, passou pela 14 de Julho, Marechal Rondon, 13 de Maio, e seguiu a Barão do Rio Branco até voltar à Praça do Rádio Clube, onde o protesto foi encerrado. O presidente da Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul), Jaime Teixeira, destacou que um dos objetivos da manifestação era aumentar a adesão social.

“Hoje tivemos a adesão de mais partidos, não só centro- -esquerda e esquerda, muitos partidos do centro. É importante que todos defendam a democracia no Brasil contra o golpe militar que o presidente Bolsonaro queria dar no dia 7 de setembro”, afirmou. A partir de terça-feira (5), Fetems e Simted estarão em Brasília, na capital federal, realizando ato público para impedir que seja aprovada a reforma administrativa e, de acordo com Jaime Teixeira, não enfraqueça a educação, o SUS e a segurança pública. “A ideia é fazer o corpo a corpo com os parlamentares que vão votar a PEC 32.” Já, segundo Teixeira, no dia 15 de novembro, Dia da República, haverá um grande ato em defesa da democracia.

Políticos no ato

Presente na manifestação, o deputado estadual Pedro Kemp (PT) afirma que o protesto é a continuidade de um ato que já acontece há um tempo contra o desgoverno que está ocorrendo no Brasil.

“Desde o início da pandemia temos um governo negacionista que joga contra tudo o que a autoridades da saúde orientam e o resultado são cerca de 600 mil mortos, denúncias de compra de vacinas superfaturadas, experiências com remédios, mas também a crise econômica: o aumento dos alimentos, a inflação disparou, o preço da gasolina, o desemprego, a política ambiental que é um desastre. É contra tudo isso que estamos pedindo o impeachment do presidente da República, que já cometeu muitos crimes de responsabilidade”, aponta. Para a vereadora de Campo Grande Camila Jara (PT), não é possível aceitar os mais de 19 milhões de brasileiros passando fome e mais de 14 milhões de desempregados, a desigualdade social do país que só aumenta, além da inércia e do descaso do governo federal com o povo.

“Não podemos aceitar que brasileiros e brasileiras sejam tratados dessa maneira. Peço que todos tomem coragem e se juntem a nós porque só assim, com mobilização popular, vamos conseguir reduzir o preço do gás, da gasolina e tudo isso que está posto”, pontua.

O ato da oposição teve menos adesão se comparado à manifestação do dia 7 de setembro. Nas ruas de Campo Grande participaram 30 mil pessoas a favor das reivindicações do presidente Jair Bolsonaro.

Atos ocorreram em mais 300 cidades

Centrais sindicais, movimentos sociais e partidos de esquerda protestaram contra o governo de Jair Bolsonaro em outras as regiões do país. A principal pauta das manifestações é o impeachment do presidente da República. De acordo com a CUT (Central Única dos Trabalhadores) os atos ocorreram em 306 cidades do país. Entre as capitais, Fortaleza, Maceió, Goiânia e João Pessoa começaram as manifestações logo cedo, entre 8h e 9h. No Rio de Janeiro, a concentração às 10h em frente da Igreja da Candelária, no centro da cidade. De lá, os manifestantes se dirigiram até a Cinelândia, onde ao meio-dia já se encontrava a maior concentração de pessoas.

A maioria das demais capitais, no entanto, deu início aos atos no período da tarde. Grupos de brasileiros residentes no exterior também organizaram protestos. Até o momento já ocorrem manifestações em Madri, na Espanha; Paris, na França; Freiburg, na Alemanha; Viena, na Áustria; e Zurique, na Suíça.

Além do impeachment de Bolsonaro, outros temas também fazem parte dos atos – há protestos, por exemplo, contra o desemprego e a inflação (principalmente de alimentos, do gás de cozinha e da energia elétrica), a privatização dos Correios e a reforma administrativa.

Em diversas cidades há bandeiras e manifestações Reprodução/Twitter Nilson Figueiredo favoráveis a candidatos que deverão disputar a Presidência da República em 2022, em especial Lula, do Partido dos Trabalhadores (PT). No Rio de Janeiro, os manifestantes colocaram um boneco inflável do ex- -presidente petista de cerca de 10 metros de altura com uma faixa presidencial e a inscrição “Lula Livre”.

Texto de Karine Alencar

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