A Justiça de São Paulo decidiu arquivar o inquérito que investigava a morte do cão Joca, um golden retriever de quatro anos, que faleceu durante um voo da Gol em abril deste ano. O juiz Gilberto Azevedo de Moraes Costa concluiu que não havia evidências suficientes para comprovar que o animal foi vítima de maus-tratos por parte dos funcionários da companhia aérea.
Em sua decisão, o magistrado destacou que “os elementos de convicção produzidos nos autos não evidenciam que os funcionários agiram visando maltratar o animal e, como consequência, levá-lo à morte, e tão pouco que, prevendo esta possibilidade, assumiram o risco desse resultado.” Ele ressaltou que o que se observou foi uma sucessão de condutas culposas, resultantes de negligência e imprudência, mas não de maus-tratos diretos.
Relembre o caso Joca
A morte de Joca ocorreu em circunstâncias trágicas. Seu tutor, João Fantazzini, estava se mudando para Sinop, no Mato Grosso, e embarcou no voo com o objetivo de chegar ao destino junto com o cão. No entanto, ao desembarcar, foi informado pela Gol que Joca havia sido levado por engano para Fortaleza.
A viagem, que deveria durar até duas horas e meia, se prolongou por quase oito horas, incluindo o tempo que o cão foi enviado de volta a São Paulo. Durante a espera, Joca ficou cerca de 1h30 exposto a uma temperatura de 36°C, sem acesso a comida, dentro de uma caixa de transporte.
Após a morte do animal, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a Polícia Civil de Guarulhos iniciaram uma investigação. Um laudo elaborado pela Universidade de São Paulo (USP) indicou que Joca faleceu em decorrência de “choque cardiogênico”, um distúrbio circulatório associado à falência do coração em bombear o sangue adequadamente.
Além disso, a Polícia Civil concluiu que Joca provavelmente morreu durante o voo de volta a São Paulo, o que levantou ainda mais questionamentos sobre o transporte do animal.
Em nota oficial, a Gol expressou seu pesar pelo ocorrido e solidarizou-se com a família de João Fantazzini, destacando que lamenta profundamente a perda de Joca. A empresa reafirmou seu compromisso com a segurança e o bem-estar dos animais transportados em seus voos.
O arquivamento do inquérito deixou a família de Joca em busca de respostas e justiça, uma vez que o incidente levantou preocupações sobre os protocolos de transporte de animais em companhias aéreas e a responsabilidade das empresas em garantir o bem-estar dos animais durante as viagens.
Com informações do SBT News
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