A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) divulgou seu relatório anual e apontou um cenário com a morte de 94 jornalistas e trabalhadores da comunicação em 2023, incluindo nove mulheres. A guerra de Gaza se destaca, com mais de um jornalista morto por dia desde 7 de outubro, o que marca uma escalada da violência nos meios de comunicação.
Casos em MS
Essa realidade global lança luz sobre um problema local, particularmente em Mato Grosso do Sul, onde a violência contra jornalistas não é uma exceção. O assassinato do radialista Humberto Coronel, de 33 anos, em Pedro Juan Caballero, Paraguai, na fronteira com Ponta Porã, evidencia a vulnerabilidade enfrentada pelos jornalistas na região. Humberto já havia denunciado ameaças de morte, um triste precursor de seu destino.
Mais um episódio recente ocorreu em 22 de novembro de 2023, quando o jornalista canadense Renaud Philippe e a cineasta Ana Carolina Mira Porto foram brutalmente agredidos enquanto investigavam uma série de ataques contra uma retomada indígena Kaiowá e Guarani em Iguatemi (MS), na fronteira com o Paraguai. Os dois casos recentes acentua uma crescente onda de violência contra profissionais da imprensa No Estado.
Cenário internacional
No Dia Internacional dos Direitos Humanos, comemorado ontem, 10 de dezembro, a FIJ insiste que é necessária uma ação mais forte por parte da comunidade internacional para salvaguardar as vidas dos jornalistas e responsabilizar os seus agressores.
“A comunidade internacional, e mais especificamente o Tribunal Penal Internacional, deve assumir as suas responsabilidades e investigar minuciosamente e, quando apropriado, processar aqueles que ordenaram e executaram ataques contra jornalistas”, afirmou a FIJ.
Em 2023, a lista de jornalistas presos da FIJ reflete a persistência da repressão política em países como a Bielorrússia, o Egito, Mianmar, a Turquia e a Rússia, entre outros, com um aumento significativo de jornalistas presos registado nos últimos três anos.
“Os jornalistas continuam a estar entre as primeiras vítimas desta repressão, com um número recorde de 393 jornalistas e trabalhadores dos meios de comunicação social atualmente atrás das grades.”
China e Hong Kong lideram a lista com 80 jornalistas presos, seguidos por Mianmar (54), Turquia (41), Rússia e Crimeia ocupada (40), Bielorrússia (35), Egito (23), Vietnam (18), Arábia Saudita ( 11), Índia (10) e Síria (9).
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