Indígenas vão ao Ministério Público e denunciam torturas em aldeia

Indígenas que residem na aldeia Limão Verde, em Amambai, foram ao MPF (Ministério Público Federal), em Ponta Porã, para denunciar a atual liderança por supostas torturas e ameaças a quem faça ‘oposição’ ao atual líder.

Segundo o site Ponta Porã News, uma pessoa que apresentou as denúncias ao MPF, relatou as situações de violência que teriam começado no ano passado, quando a nova liderança indígena foi eleita.

De lá para cá, os três mil índios que vivem na Limão Verde passaram a viver num clima de ‘tensão’. “Ontem nós fizemos uma reunião com o Ministério Público para tratar sobre essas situações. Num ano de pandemia, começaram a acontecer vários casos de violência, torturas, ameaças, homicídios, e diante disso, a aldeia se revoltou e agora pede uma nova eleição, para que outro líder indígena seja eleito”, explicou um dos moradores da aldeia.

Além do MPF, autoridades de Ponta Porã, e a Funai (Fundação Nacional do Índio) participaram da reunião realizada ontem (26). Em 2020, quando tiveram início os relatos de torturas, foi realizada uma reunião com as lideranças da Limão Verde, juntamente com a Polícia Federal, para que os casos de violências cessassem.

No último dia 12 de janeiro, uma mulher de 29 anos procurou a delegacia de Polícia Civil de Amambai, após ter sido espancada por cinco pessoas e ser apontada como ‘bruxa’. Aos agentes, a vítima relatou que estava em casa, quando foi surpreendida pelo bando, formado por cinco mulheres e dois homens.

Eles teriam chegado armados com martelo, facão e pedaço de madeira. Depois do registro do boletim de ocorrência, os autores afirmaram que a vítima fazia bruxaria.

Cansados da violência que atinge a todos, incluindo crianças, jovens, adolescentes, idosos, decidiram fazer eleger outra liderança para a aldeia Limão Verde, prevista para acontecer no próximo domingo (31).

A reportagem também procurou o Ministério Público, mas até o fechamento desta matéria, não obteve resposta.

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