Mesmo com a queda no número de incêndios urbanos nos últimos meses em comparação com o mesmo período do ano passado, a estiagem que atinge Mato Grosso do Sul preocupa o Corpo de Bombeiros. Nos últimos dois meses, as chuvas ficaram abaixo da média histórica e, por enquanto, elas só devem voltar a ocorrer após 13 de setembro, conforme o meteorologista Natálio Abrahão.
Dados do CBMMS (Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul) apontam que Campo Grande tem registrado menos incêndios nos últimos três meses, quando comparado com o ano de 2019. Em junho deste ano, foram 180 incêndios em vegetação – 616 ocorrências a menos do que o mesmo período de 2019, quando foram registrados 796 queimadas no perímetro urbano.
No mês de julho, os bombeiros contabilizaram 362 incêndios. No ano anterior, foram 411. Já em agosto, conhecido como um dos meses com mais queimadas no ano, foram 480 ocorrências de incêndio em 2020. No mesmo mês de 2019 foram 795.
Apesar do balanço apontar queda neste tipo de ocorrência, o tenente-coronel Fernando Carminati salientou que o número de incêndios ainda é alto no município, e que problemas em decorrência das queimadas preocupam a corporação.
“Nós estamos com as previsões climáticas de que ficaremos sem chuvas até pelo menos metade de setembro em Campo Grande. Temos nos preocupado bastante com a fumaça produzida pelas queimadas, o que causa danos respiratórios e que, em conjunto com a COVID-19, pode sobrecarregar ainda mais a saúde pública”, afirmou.
O meteorologista Natálio Abrahão alerta que uma massa de ar quente e seca está atuando em Mato Grosso do Sul, fator que, aliado à estiagem, pode favorecer a propagação de queimadas. A previsão é que os valores críticos de umidade do ar abaixo dos 15% perdurem por mais alguns dias. “Teremos essas tendências climáticas até, pelo menos, 13 de setembro, quando uma nova frente fria muito forte vai quebrar essa atual situação, com rajadas de ventos que podem ultrapassar os 70 km/h e possibilidade de chuva”, explicou.
Nos últimos dois meses, Campo Grande já registrou chuvas abaixo da média histórica. Em julho, quando a média esperada para o mês era de 25,3 milímetros, choveu apenas 4 milímetros. No mês de agosto, foram registrados 35,2 milímetros de chuva, enquanto o esperado era 38,1 milímetros.
Além de causar prejuízos à saúde, queimada é crime. Quem ateia fogo na vegetação pode ser multado. Reflexo da redução no número de queimadas na Capital, as autuações aplicadas pela Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano) a quem provocou queimadas também caiu.
Entre os meses de junho e agosto deste ano, foram emitidas 158 autuações, enquanto no mesmo período do ano passado a Semadur multou 236 pessoas. O valor das autuações varia de R$ 2.414,50 a R$ 9.658.
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(Texto: Mariana Moreira)