Voluntários fazem a diferença por onde passam
Levar alegria e bom humor para hospitais e asilos de Campo Grande. Esse sempre foi um dos principais compromissos do projeto “Doutores do Reino”, composto por palhaços cristãos voluntários, que disponibilizam parte do seu tempo para dedicar aqueles que precisam levar a vida de forma mais leve.
O fundador do projeto, Diego Aydos, contou ao O Estado parte da trajetória do projeto que, há anos, tem levado diversão para crianças e idosos que precisam continuar a sorrir.
O projeto que nasceu de uma fase difícil, este ano completa 10 anos. “Passei seis meses em um hospital, devido ao tratamento quimioterápico do meu primeiro filho e, este foi um dos motivos que me levou a iniciar esse projeto, que impacta a vida de muitos”, contou.
Era o ano de 2012, quando Diego, seu grupo de teatro e mais uns amigos foram para a cidade do Paraná, para receberem capacitação e treinamento em várias áreas artísticas. Uma delas foi a do trabalho com palhaços nos hospitais.
No retorno para a Cidade Morena, começaram as buscas por hospitais dispostos a receberem visitas de palhaços. “Nessa busca quem nos encontrou foi o capelão da Santa Casa da Capital, que nos convidou para realizar atividades com as crianças do 6º andar. O desafio foi aceito, e então surgiu o ‘Doutores do Reino’, em outubro de 2012, quando começamos a visitar aquelas crianças aos domingos. Desde então, as visitamos com o compromisso de nunca parar”, disse Diego.
Com relacionamentos baseados em uma “via de mão dupla”, é inevitável não receberem afetos quando se tratam dos idosos. “Nos asilos, muitos senhores não querem participar, mas quando chegamos, tiramos eles do comodismo e eles passam a interagir e dar risadas. Já tivemos relatos incríveis durante esses anos, de senhores que estavam com depressão e não saíam do quarto, mas quando nos apresentamos, a vidas deles mudaram e o sorriso voltou a fazer parte do dia a dia”, afirmou.
Cientes da responsabilidade que carregam, o grupo de voluntários leva consigo o dever de fazer a diferença por completo na vida dessas pessoas, atingindo até mesmo os familiares das crianças hospitalizadas e dos idosos. Segundo o grupo, muitos pais que estão em situação de fragilidade por estarem em um hospital, ficam encantados com o projeto.
“Cantamos músicas para as crianças e eles se emocionam. Entendemos que também temos uma função terapêutica, pois o humor contribui para o tratamento das pessoas que estão internadas. Com isso, as famílias também são alcançadas e criam esperanças de que dias melhores virão”, relataram.
A voluntária Laís Fernanda, conhecida pelos pequenos e idosos como Lácancione, relatou ao O Estado sua experiência com o projeto.
“Isso é um diferencial na minha vida. Posso dizer como pessoa que isso me traz um olhar humano, no qual eu jamais imaginaria que poderia encontrar através da ‘Lácancione’ e, é simplesmente incrível. Chegar nestes lugares onde, por muitas vezes, a dor e a tristeza são ‘atração principal’ no dia a dia e transformá-las em riso, canções alegres e brincadeiras, é um dos principais objetivos que carrego nas ações” ressaltou a palhacinha.
Para ela, a Palhaçaria simboliza o simples fato de ‘se fazer presente’. “Acredito que esse seja o diferencial nas visitas, levando sempre um olhar que vê além da dor e da solidão.
Seja um voluntário
Para aqueles que tem interesse em participar de ações sociais e ajudar o próximo a sorrir, o Doutores do Reino é uma grande oportunidade.
“Aqueles que tem o desejo de participar conosco, inicialmente, precisam fazer um curso de 6 meses, onde aprenderão nossas técnicas da palhaçaria, a dinâmica do grupo, as regras, técnicas de teatro, e algumas questões sobre os hospitais. Após este curso, a pessoa pode optar por ir nos hospitais, nos asilos ou em ambos”, explicou o fundador do projeto.
Quem tiver interesse em participar da próxima turma do curso, pode entrar em contato por meio do telefone: (67) 99202-6737. Acompanhe o projeto também pelo Facebook e Instagram @doutoresdoreino.
Por Brenda Leitte – Jornal O Estado.
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