O governo federal deverá decidir sobre a possível volta do horário de verão ainda em 2024, com uma decisão prevista para os próximos dias. A medida, que não é adotada no Brasil desde 2019, está sendo reconsiderada em função do impacto que pode ter na economia de energia, especialmente nos meses de novembro e dezembro. Segundo o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a decisão depende diretamente do volume de chuvas e da capacidade de abastecimento do sistema elétrico.
De acordo com Silveira, o governo está monitorando de perto o período chuvoso, que é crucial para determinar o nível de água nos reservatórios que abastecem as hidrelétricas, responsáveis por grande parte da geração de energia no país. “Eu estou levando ao limite as discussões para ver se precisa mesmo ser esse ano ou se nós podemos esperar o período chuvoso e ver o volume de chuvas que nós vamos ter”, explicou o ministro. A ideia é que o horário de verão só seja implementado em uma situação extrema, caso as chuvas sejam insuficientes para garantir o abastecimento energético.
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) estima que a volta do horário de verão poderia gerar uma economia de R$ 400 milhões em 2024, graças ao aumento das horas de luz natural, o que reduziria o consumo de energia nos horários de pico. Mas a medida tem gerado divisões entre especialistas e a população, com alguns defendendo os benefícios econômicos e ambientais, enquanto outros apontam o desconforto causado pela mudança nos horários de trabalho e sono.
Diante das possíveis críticas, o governo sinalizou que está preparado para lidar com elas. “Eu já deixei todo mundo se preparando para uma possibilidade. É serenidade, equilíbrio, diálogo”, afirmou Silveira, destacando que a decisão será tomada com base em critérios técnicos e em diálogo com os setores envolvidos.
A decisão sobre a volta do horário de verão precisa ser tomada até a próxima semana, pois novembro e dezembro são os meses em que o mecanismo se mostra mais eficaz, devido aos dias mais longos, que permitem uma maior economia de energia. Caso as chuvas sejam suficientes para reabastecer os reservatórios, a tendência é que o governo opte por manter a atual configuração do horário, evitando a necessidade de ajustes no calendário.
Por outro lado, se o período chuvoso não trouxer o volume de água esperado, o horário de verão pode ser implementado como medida preventiva para garantir a segurança energética do país. “Se não for imprescindível, nós vamos esperar o período chuvoso […] Se os nossos reservatórios restabelecerem o nível ideal, entraremos no próximo ano com tranquilidade”, concluiu Silveira.
Com o cenário ainda indefinido, o governo segue acompanhando de perto as condições climáticas e o comportamento do sistema elétrico para tomar a decisão mais adequada para o país.
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