A doação de órgãos é um ato que pode salvar vidas. A importância dessa ação só pode ser explicada por pessoas que já precisaram de transplantes. Por isso, o Setembro Verde visa a conscientização da população para que a atitude seja replicada mais vezes. A campanha ocorre o mês inteiro em virtude do Dia Nacional da Doação de Órgãos e Tecidos, celebrado em 27 de setembro.
Para o aposentado, Elido de Lima Silva, de 48 anos, não é apenas um dia. A data representa um renascimento graças ao gesto de amor ao próximo. No dia 29 de abril de 2020, a vida mudou após passar por uma cirurgia delicada e tão esperada: o transplante de coração.
Diagnosticado com doença de chagas em 2011, o paciente já sofria há quase 10 anos de problemas cardíacos. Mesmo com o tratamento, Elido ficou acamado por diversas vezes devido aos problemas que desenvolveu com a doença. “Eu tive chagas da forma crônica, desenvolvi problemas no coração e coloquei marca-passo. Fazia acompanhamentos e tratamento, mas nada foi suficiente”, contou.
Com o passar dos anos, Elido, que tinha uma vida ativa, precisou se aposentar. Quando percebeu, já estava na situação mais grave. “Os médicos informaram que eu ia precisar de um novo coração e isso, para mim, foi um choque. Nunca imaginei na idade que tenho passar por uma cirurgia tão delicada”, contou.
Apesar do impacto para a família, o aposentado entrou na fila para um transplante no final de 2019 e, em menos de seis meses, conseguiu a doação. Após cinco meses de cirurgia, Elido não sentiu mais problemas que tinha antes e faz acompanhamento.
“É tão importante que as pessoas entendam o valor dessa ação e, mais importante ainda, as famílias entenderem que aquele ente querido que se foi, mas, de alguma forma, pode ajudar outras vidas, que apoiem a doação de órgão”, finalizou.
Dalton Rosano Rôas Benites, de 37 anos, também recebeu um presente de aniversário este ano. Ele fez a cirurgia de transplante de rim no dia 5 de abril.
Aos 30 anos, o funcionário público descobriu a hipertensão e, junto, a falência dos rins. A vida ficou diferente desde 2013, quando foi necessário fazer hemodiálise.
“Isso se estendeu por seis anos e oito meses. Tentei o transplante aqui na época, mas não consegui. Então, em 2015, fui para São Paulo, fiquei um ano na fila e não consegui também”, contou.
Retornando ao Estado, Dalton aguardou mais dois anos e oito meses até conseguir uma resposta. “Fiquei muito feliz por saber que aquilo estava acontecendo comigo no mês do meu aniversário”, lembrou.
O funcionário público disse não ter sentido medo do procedimento. “Sempre tive fé que ia conseguir um dia, mas ficava ansioso pelo tempo de espera e, quando vi, já era minha vez”, destacou
Agradecido, ele também sabe o valor da doação de órgãos e pede as famílias que não se prendam a negação, que busquem se informar e entender o quão valioso é o ato. “Espero que mais famílias entendam e autorizem as doações de órgãos porque existem muitas pessoas que precisar de uma doação para viver”, frisou.
Doações no Estado
Mato Grosso do Sul tem três hospitais que fazem os transplantes de órgãos: o Hospital da Unimed, Hospital da Cassems (Caixa de Assistência dos Servidores do Estado de Mato Grosso do Sul) e Santa Casa. Além de unidades particulares, o Hospital São Julião faz transplante de córnea.
Confira a reportagem completa e mais notícias na Edição Digital do Jornal O Estado MS
(Texto: Dayane Medina)