Seguindo um movimento nacional, a paralisação dos motociclistas que trabalham como entregadores de aplicativos na Capital teve pouca adesão. Um dos motivos, segundo o líder do movimento em Campo Grande, o também entregador, Fernando Albuquerque, 25 anos, é que muitos trabalhadores tiveram medo de ser bloqueados nas plataformas ao participar do ato. A ação chama a atenção para o pedido de melhorias e as formas de pagamento das plataformas de entrega. Ontem (1º), 35 entregadores se reuniram no Horto Florestal e saíram pelas ruas da cidade.
Fernando explicou a luta da categoria por um repasse maior do valor cobrado pelas entregas. Segundo ele, para conseguir um valor bruto de R$ 120, o entregador tem de trabalhar no mínimo 12 horas por dia.
“Ou eles aumentam a taxa de entrega ou diminuem o repasse porque, por exemplo, em uma taxa de R$ 10, R$ 3 é da plataforma, então eles descontam da gente e do produto vendido. O mínimo que eles poderiam fazer por nós era não descontar do valor da entrega ou o desconto ser menor, por exemplo 5%”, explicou. Além da melhoria no sistema de trabalho, o entregador Marcos André, 27 anos, também pede por respeito. Segundo ele, a categoria sofre preconceito.
“Somos discriminados, muitos enxergam os entregadores como aqueles que empinam, fazem rachas, mas somos trabalhador, pais de família que dependem das entregas para sustentá-las”, assegurou.
Em meio aos poucos entregadores estava Michele Baratto, de 19 anos. Ela iniciou nos deliveries há apenas oito meses e era a única mulher na paralisação. Segundo Michele, não é fácil ser entregadora por conta dos assédios. “É difícil essa profissão para mulher, sofremos muitos assédios quando chegamos ao local da entrega, mas diante do desemprego e dá necessidade de ter uma renda, foi a solução que encontrei, pois eu já tinha a moto”, explicou.
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(Texto: Rafaela Alves/Publicado por João Fernandes)