Em transição religiosa, MS tem o terceiro maior volume de igrejas evangélicas

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Estudo divulgado pelo CEM (Centro de Estudos da Metrópole) indica que, em âmbito nacional, Mato Grosso do Sul é um dos dois Estados mais próximos de atingir a transição religiosa, fenômeno que indica que nenhum outro segmento religioso será maior do que o grupo composto pelos evangélicos.

Segundo a pesquisa, Rondônia, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Distrito Federal e Minas Gerais são os Estados que variam entre 30 e 50 igrejas evangélicas por 100 mil habitantes. Quando se analisa a proporção de 100 mil habitantes, é possível perceber que o Estado, conta com 62 igrejas. A lista é liderada pelo Rio de Janeiro e Espírito Santo, com mais de 80 unidades por 100 mil habitantes.

“Ainda que a gente saiba que os dados são subestimados, pois muitos estabelecimentos religiosos operam na ilegalidade e não possuem CNPJ, essa base é muito importante porque permite acompanhar a abertura dos estabelecimentos desde os anos 20 do século passado. Ela também nos dá a dimensão espacial do processo, já que informa o logradouro, município e Estado de cada estabelecimento”, destacou Victor Araújo, cientista político da Universidade de Zurique, na Suíça, e associado ao CEM.

Para analisar o surgimento e a expansão dessas igrejas, Araújo utiliza um método computacional para detecção e classificação da razão social de mais de 150 mil templos evangélicos inscritos na Receita Federal. O algoritmo empregado permite a leitura automatizada de texto e encontra-se disponível em código aberto na linguagem de programação R. Os critérios de classificação foram desenvolvidos e validados pelo próprio pesquisador.

 

Primeiro registro

Segundo o levantamento, a primeira igreja evangélica com registro ativo na Receita Federal do Brasil é a Primeira Igreja Batista de Nova Iguaçu (RJ), fundada em 1922. Contudo, esse dado não significa que essa tenha sido a primeira igreja evangélica inaugurada no país, é apenas a primeira com cadastro e que ainda tinha um CNPJ ativo em 2019. Os dados levantados por Araújo mostram que a consolidação do Protestantismo reformado no Brasil foi lenta: em 1960, existiam oficialmente apenas 18 igrejas evangélicas missionárias no Brasil, ou seja, foram criadas, oficialmente, menos de 20 igrejas em 38 anos.

 

Por – Michelly Perez

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