No mês de janeiro, é realizada a campanha “Janeiro Roxo”, com o objetivo de conscientizar e alertar à população sobre os riscos da Hanseníase, doença que pode gerar graves sequelas, mas que tem o tratamento oferecido integralmente pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e possuí cura.
Um dos principais sintomas da doença, de acordo com o infectologista Rodrigo Coelho, são manchas brancas, avermelhadas ou acastanhadas ne pela, acompanhadas de falta de sensibilidade na região. O diagnóstico é feito de forma clínica, podendo ser solicitados alguns exames complementares para determinar o avanço da doença.
Quando o paciente apresenta sintomas leves, o tratamento é feito na própria rede municipal de saúde. Para casos mais agravados, em que o paciente possui diversas lesões, ou há o acometimento de nervos periféricos, o acompanhamento médico é realizado pela rede complementar, sendo o Hospital São Julião a rede referência no tratamento.
“Precisamos nos preocupar com as lesões de pele com alterações de sensibilidade, inicialmente. Nódulos, pápulas e alterações da motricidade ou sensibilidade de membros, principalmente, devem levantar suspeitas”, explica o infectologista.
No ano passado, 43 pessoas tiveram o diagnóstico de hanseníase em Campo Grande. O tratamento, feito com poliquimioterapia única, dura entre seis e doze meses, dependendo da gravidade de cada caso.
“As formas mais graves da doença são as multibacilares, com baixa adesão ao tratamento podem trazer um comprometimento importante de estruturas nervosas periféricas e também outros órgãos como rins, fígado, nariz e órgãos reprodutores”, conclui Coelho.
Transmissão
A transmissão da hanseníase, ao contrário do que muitos acreditam, não acontece por meio de contato com a lesão ou feridas, e sim por gotículas de saliva e secreções nasais, mas somente após um longo período. Ou seja, quem convive com alguém que não faz o tratamento tem o risco de ser infectado, já quem tem contato mínimo dificilmente será contaminado.
Uma das melhores maneiras de reduzir os riscos de contágio é o não compartilhamento de objetos pessoais. A vacina BCG (Bacilo de Calmette-Guérin), recebida por crianças para a prevenção da tuberculose, também é aliada na prevenção da hanseníase, por ter agentes infecciosos similares.
Ações de orientação
Uma das principais ações para sua erradicação é a vigilância de contatos intradomiciliares. Considerando as Diretrizes Ministeriais, os contactantes de casos de hanseníase devem ser examinados uma vez por ano durante cinco anos, com objetivo de monitorar sinais sugestivos de surgimento da doença, diagnosticar e tratar de forma oportuna os casos que forem identificados nesse público.
A campanha “Janeiro Roxo” propõe a realização do exame dermatoneurológico de todos os contatos dos casos notificados de hanseníase, repassando orientações sobre período de incubação, transmissão, sinais e sintomas precoces da doença, além de orientações sobre a vacina BCG.
A ação acontecerá no próximo dia 28 de janeiro, no período matutino, no Hospital São Julião, com os contactantes agendados que serão examinados pelos Dermatologistas envolvidos na assistência ao paciente hansênico do próprio hospital.
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