Levantamento do DIEESE mostra variação de 5,60% mensal na Capital com valor cotado em R$ 736
Considerada a 6ª Capital com o preço mais alto da cesta básica, e com o valor cotado em R$ 736,76, segundo dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos realizada mensalmente pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), os consumidores de Campo Grande precisam driblar o orçamento para garantir o alimento na mesa, e infelizmente, deixar de colocar no carrinho de compras outros produtos.
Essa é a realidade da trabalhadora Kelly Cotrin Lurdes, de 33. Ela explica que em sua casa prioriza a compra de alimentos básicos, tendo que deixar de lado outros itens importantes. “Hoje em dia é assim: se compro os alimentos básicos, não dá para comprar frutas, ou até mesmo tenho que abrir mão de levar a criança num passeio. Tive que comprar remédio para minha filha, então já é outro gasto que acaba comprometendo minha renda e do meu esposo, e com esse valor da cesta básica fica mais difícil”, conclui a consumidora.
O valor da cesta básica em Campo Grande, só fica atrás de Brasília, em 5º lugar, com R$ 742,52, Porto Alegre em 4º, com R$ 791,16, em 3º o Rio de Janeiro, com o valor de R$ 791,77, São Paulo, em segundo, alcançando a marca de R$ 793,39 e Florianópolis em 1º, ao atingir R$ 800,31 na cesta básica.
Um dos itens que sofreu aumento considerável no último ano na Capital, foi o arroz agulhinha, com 37,80% de elevação nos preços em 2023. Atrás somente de Brasília, com, 41,18% e de Goiânia, 50,76%, os valores se explicam pela diminuição na oferta, que devido aos baixos estoques provocados pelo volume exportado, fez subir os valores médios do grão no varejo.
Queda que não agradou
Frente a dezembro, o mês de janeiro apresentou algumas reduções, como, por exemplo, a queda nos valores do café em pó, que apresentou retração de -1,18%, número expressivo para o 1º mês do ano. Outro item que sofreu retração nos valores foi o açúcar cristal, com -0,50%. Também em janeiro, o pão francês ficou mais barato, ao apresentar -0,57% e completar o quadrimestre na retração de preços. Em janeiro de 2023, o quilo do pãozinho era comercializado a R$ 16,00, em média. Neste ano, o preço médio do derivado foi de R$ 15,80.
Entretanto, os consumidores afirmaram que essas quedas não fizeram grandes diferenças na renda destinada para as compras nos supermercados. A funcionária pública, Hellen Karina, de 44 anos destacou a dificuldade de encher o carrinho de compras no supermercado, com os atuais valores dos alimentos.
“Está tudo caro! A impressão que dá é que a cada semana está mais caro os alimentos básicos, eu mesmo costumo fazer a compra do mês, mas, ainda assim, vou quase toda semana no mercado e acabo gastando, aproximadamente, esse valor da pesquisa (R$ 736,76)”, explica. Apesar de alguns produtos estarem mais baratos, a aposentada, Fátima Saff, 70, ressalta o aumento no preço de outros alimentos básicos no dia a dia, como o arroz. “É um absurdo esse valor da cesta básica, em Campo Grande! O arroz, mesmo custando R$ 33 o pacote de 5 kg é um valor muito pesado. Eu fico pensando naquelas famílias com muitos filhos, como sobrevivem com o valor do salário mínimo e o preço da cesta básica que está hoje?”, compara a aposentada.
Cesta básica de Dourados
Nesta semana, a segunda maior cidade do Estado, Dourados, divulgou uma pesquisa de preços de produtos da cesta básica realizada pelo Procon (Programa Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor). O levantamento foi feito em 12 supermercados da cidade, entre os dias 2 a 5 de fevereiro de 2024.
Entre os estabelecimentos pesquisados, foram encontrados 15 produtos com diferença de preço superior a 100%. A tabela acima mostra quais foram os produtos que mais apresentaram variação.
Por Julisandy Ferreira e Suzi Jarde
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