Dia Nacional da Mamografia

O toque é um ato puro e simples. Se tocar é dizer ao seu corpo o quanto você o ama, é conhecê-lo em cada ciclo de sua vida. Se tocar também é um ato de prevenção contra o câncer de mama, mas é preciso lembrar de que ele não pode caminhar sozinho. Dia 5 de fevereiro é comemorado o Dia Nacional da Mamografia, uma data criada com o intuito de conscientizar a população sobre a importância do exame para identificar alterações na mama.

A mamografia é um exame de raios X realizado em um equipamento denominado mamógrafo. Com ele é possível detectar lesões benignas e cânceres em estágio ainda inicial, possibilitando a constatação de nódulos que não são descobertos durante o autoexame ou em consultas de rotina.

De acordo com a SBM (Sociedade Brasileira de Mastologia), a mamografia anual deve ser feita por mulheres a partir dos 40 anos de idade, no entanto, em casos de câncer de mama antes dos 50 anos em parentes próximos ou com histórico familiar de câncer de mama bilateral, câncer de ovário ou câncer de mama masculino, deve-se começar o acompanhamento médico a partir dos 30 anos.

O oncologista e diretor técnico do Hospital de Câncer de Campo Grande – Alfredo Abrão, dr. Gustavo Ianaze, ressalta que “o diagnóstico precoce de câncer de mama, assim como todos os outros tipos de câncer, aumenta a chance de cura. O câncer detectado em estágio I (o mais inicial) tem um índice de cura de mais de 95%”, explica.

Dados do Inca (Instituto Nacional de Câncer) apontam que 66.280 mulheres brasileiras foram diagnosticadas com câncer de mama em 2020. Mulheres nessas condições tendem a sentir medo, insegurança e logo surgem as incertezas a respeito do tratamento. “Muitas vezes, após uma consulta e esclarecimentos de dúvidas, medos e mitos sobre o câncer são derrubados, tornando o tratamento mais aceitável. A relação médico-paciente é de extrema importância para que se possa enfrentar o período de tratamento, portanto a confiança no profissional é fundamental durante todo o processo”, enfatiza Ianaze.

Vencendo o câncer de mama

Fátima Pacheco de Oliveira, de 56 anos, foi diagnosticada com câncer de mama no seio esquerdo em 2019. Ela relata que não estava se sentindo bem, mas não imaginava qual era a origem do seu mal-estar. Após ser convidada por sua irmã a ir realizar o exame, Fátima descobriu a doença.

Ainda em fase inicial, ela passou por uma cirurgia de retirada do tumor e posteriormente o tratamento submetido por quimioterapia e radioterapia. “Quando eu descobri senti medo, eu chorei. Mas o apoio do meu marido e da minha neta foram muito importantes”, conta Fátima.

Atualmente ela ainda segue com o tratamento à base de remédios e, como qualquer paciente, no começo precisou fazer quimioterapia. Fátima também teve queda de cabelo. Contudo, o apoio de sua família e a segurança nas informações passadas pela equipe médica serviram de base para ela nunca desistir.

Um dos componentes mais importantes para quem está lutando contra o câncer é a aceitação e a autoestima. Itens de grande relevância para Meire Iolanda Assis, de 53 anos, que descobriu um nódulo na mama direita em 2015. Mas com a metástase do nódulo baixa, ela optou por fazer o tratamento paliativo, deixando de lado os procedimentos necessários. Com isso, Meire relata que em 2019, por meio do exame anual de mamografia, ela constatou novamente o câncer na mama direita.

A partir disso ela iniciou o tratamento por meio de radioterapia, uso de medicamento e posteriormente a quimioterapia. “Eu assumi o meu cabelo, a minha cabeça, minha careca. Porque quando eu tirei, me olhei no espelho e gostei, me achei bonita. Curti a fase, o momento, foram nove meses sem cabelo.

No início não tinha pandemia ainda, eu abusava da maquiagem e dos acessórios, aquilo para mim foi legal e fortalecedor”, ela complementa, dizendo que seu marido e filhos também contribuíram para torná-la mais forte a fim de enfrentar todas as dificuldades.

“A importância do diagnóstico precoce é primordial na saúde das pessoas. É por meio dele que elas podem ter mais chances de cura […] Nós precisamos ser amigas do câncer, porque se não formos, ele nos detona. Amiga no sentido de aceitar, ter a certeza e a esperança que vai dar tudo certo”, conclui.

(Letícia Rodrigues)

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