O Jornal O Estado se despede e presta homenagem ao jornalista Carlos Alberto Gonçalves, editor de Economia, que faleceu na madrugada de ontem (10), aos 64 anos. Sua partida tem gerado profundo pesar entre familiares, amigos e todos que conviveram com sua presença marcante.
Nascido em São Paulo, em 10 de maio de 1961, Alberto era reconhecido por sua competência, humor e dedicação à profissão. Construiu uma trajetória sólida na imprensa Sul-mato-grossense, deixando marcas nos veículos por onde passou.
Ao longo de sua carreira, atuou em importantes meios de comunicação, como Diário do Popular, Rádio Globo, MidiaMax e TVE-MS. Seu vínculo com o Jornal O Estado iniciou-se entre 21/03/2010 e 21/02/2012, sendo retomado em 15/10/2019, quando voltou à redação e assumiu a editoria de Economia, função que exerceu até o fim.
Internado no Hospital do Pênfigo, em Campo Grande, após um transplante de fígado realizado no último sábado (8), Alberto recebeu todo o suporte da equipe de terapia intensiva. Contudo, devido a complicações no fígado e nos rins, não resistiu e faleceu por volta das 3h, após uma dura e corajosa batalha pela vida.
Em memória de sua trajetória, amigos e familiares mensagens enviadas por amigos e familiares, que expressam o carinho, a admiração e a saudades deixados por sua partida.
Homenagens dos filhos
Lucas Gonçalves, 29 anos, recorda o pai afetuoso e apaixonado pelo jornalismo. “O meu pai sempre foi uma pessoa alegre, que tentava tirar o lado melhor das coisas e sempre foi paciente. Amava a profissão. Sempre me deu apoio quando precisei. Viveu a vida intensamente e dizia que não queria ninguém triste com o falecimento dele, pelo contrário queria que escutassem samba para se lembrar dele”.
A filha Jessika, 34 anos, fala da leveza e do coração generoso do pai. “Era um homem bom, desses raros, de coração aberto e sorriso fácil. Tinha a leveza de quem nasceu pra sambar e a sabedoria de quem vive com o peito cheio de vida. Com ele, aprendi a amar o samba, o futebol e, quem diria, até a matemática nas contas da escola, era sempre ele quem me socorria com paciência e risadas. Carregava uma calma que contagiava, uma memória que impressionava e uma frase que até hoje ecoa na minha cabeça: “Senta aqui pra gente conversar.” Foi com ele que aprendi que pai não é só quem dá o nome, é quem fica, ensina, acolhe e ama como se fosse de sangue”.
Felipe Gonçalves, destaca o exemplo de bondade deixado pelo pai. “Meu pai me ensinou a ser uma pessoa alegre, fazer o bem e ajudar às pessoas. Sempre ajudou todos à sua volta, cada um de um jeito. Levo em meu coração a paixão pelo futebol e principalmente pelo Palmeiras. Nesse momento tão triste, lembramos de como ele levava a vida no simples e via a felicidade e alegria nas pequenas coisas, certamente deixará um espaço na memória de muitos, que lembrarão dele com muita alegria e felicidade”.
Amanda Gonçalves, 42 anos, expressa a dor da despedida e a permanência das lembranças. “Viveu a vida intensamente e partiu rápido demais. Mas os momentos bons ecoarão para sempre na minha memória. Seu espírito jovem sempre foi assim, leve, intenso, e, no fundo, sair de fininho é bem a tua cara mesmo. As lembranças… essas ficam para sempre”.
Homenagens de amigos
O jornalista Bosco Martins ressalta o legado profissional e pessoal do amigo. “Jornalista autêntico e apaixonado pela profissão, Alberto Gonçalves deixa um legado de talento, sensibilidade e amizade. Reconhecido pela excelência de seus textos e pela precisão de revisor e editor, foi exemplo de dedicação ao jornalismo e de respeito à palavra. Nas redações por onde passou, conquistou colegas com seu humor leve, histórias divertidas e generosidade no convívio. Palmeirense fanático, vivia plugado nas notícias do Palestra. Ficam a saudade, o carinho e a lembrança de um profissional exemplar e de um querido e inesquecível amigo”.
Por sua vez, Carlos Alberto de Assis, diretor-presidente da Agems (Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Mato Grosso do Sul), relembra a amizade de décadas. “O Alberto é um querido amigo de muitos anos. Um cara tranquilo, um cara honesto, um cara bom, verdadeiro. Palmeirense igual eu, somos fanáticos pelo Palmeiras. Sambista, boteco e amizade, a gente sempre se encontrava. Ele passou por esta vida fazendo o bem e sendo amigo de todos e descansou”.
Quem também prestou homenagens foi Vera Lúcia, proprietária do Vera’s Bar, que fala da presença diária e marcante de Alberto. “Desde a inauguração do nosso bar, o Alberto esteve conosco, todos os dias, sem falhar. Com o tempo, ele deixou de ser apenas um cliente e virou parte da nossa família. Era impossível não se render ao carisma e ao jeitão dele. Hoje, o bar ficou mais silencioso sem ele, mas as lembranças e as histórias que deixou continuam vivas em cada mesa, cada risada e cada dose servida”.
Fabio Galizia também relembra a amizade construída pelo amor ao Palmeiras. “O que uniu nossa amizade foi a paixão pelo Palmeiras. Quase toda semana assistíamos aos jogos juntos. Ele conheceu meus amigos, eu conheci os dele. Vou sentir muita falta dele.”
Por fim, Rafaela Alves, editora-chefe do Jornal O Estado, destaca o legado na redação. “Nós perdemos mais do que um grande profissional, perdemos um amigo, um companheiro de jornada com muitos anos de dedicação ao jornalismo. Nosso editor de Economia foi uma presença marcante, com seu jeito único de ser e lidar com o dia a dia de uma redação. Ele estava sempre disposto a dividir experiências e boas conversas. Sua ausência deixa um vazio imenso, mas seu legado permanecerá em nossas memórias”, finaliza.
Por Geane Beserra