Coordenadora de Políticas de Promoção da Igualdade Racial comemora o desenvolvimento de políticas de igualdade racial na Capital
Em meio a nove irmãos, Rosana Anunciação Franco, 47 anos, cresceu na Capital, no quilombo urbano São João Batista. Empenhada em pautas sociais voltadas à comunidade negra, desempenha atualmente o papel de coordenadora de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, dentro da Subsecretaria de Defesa dos Direitos Humanos de Campo Grande, e fortalece, dentro da comunidade, a cultura africana. “Destro da união pela família e da nossa ancestralidade, do início de tudo que minha bisavó viveu com todos os 12 filhos, nós formamos a Associação Familiar da Comunidade Negra São João Batista, em 2000”, destacou a coordenadora.
Rosana relembra que a infância calorosa foi pautada pelo conhecimento repassado por sua família, que sempre se manteve unida e religiosa. Além disso, entendeu desde a sua infância que a motivação que precisaria para enfrentar os obstáculos do futuro sempre estaria no seu lar e principalmente naqueles que sempre destacaram as suas características pautados no amor e no respeito.
“Crescemos com uma educação pautada no respeito e na dignidade. Eu fui me entender negra, dentro de todo um contexto histórico lá pelos meus 12 anos. Meus pais sempre moldaram nossa educação dentro do fortalecimento de afirmativas como ‘você pode’, ‘você consegue’, ‘você é linda’”, revelou sorridente.
Com o passar do tempo, Rosana começou a entender sobre a importância da luta pelo movimento negro, em meados de 1998, quando se envolveu de forma mais efetiva na associação.
“Então eu passei a perceber que, se não formos atrás nada vai mudar, e crescemos muito com esse pensamento [como instituição]. Comecei a me sentir pertencente ao movimento e segui em busca do fortalecimento da luta para melhorar o nosso cenário social”, destacou.
A inspiração para o trabalho veio depois do contato com ícones do movimento negro, na década de 1980. “Em nível nacional tivemos mudanças significativas como leis próprias, tendo como exemplo as leis de cotas raciais e também mais desenvolvimento nas partes de promoção social de negros”, exemplificou.
Aos poucos, o movimento passou a se fortalecer cada vez mais, com estudos de políticas públicas e a apresentação de projetos políticos.
“Campo Grande é reconhecida hoje como um dos únicos municípios que têm uma coordenação que olhe para a questão racial do país. A administração pública da Capital deu voz e vez, com uma sensibilidade necessária”, comemorou.
A coordenadora afirma que o maior avanço começou a partir de 2016, com a subsecretaria exclusiva para os direitos sociais.
“Campo Grande parte de uma mistura forte de pessoas que querem mudanças e isso é importante para nosso desenvolvimento”, finalizou Rosana.
“Campo Grande é muito linda e vem avançando no combate ao racismo. Estamos crescendo a cada dia com respeito e amor ao próximo”.
(Texto de Beatriz Magalhães)