Comerciantes não apoiam ativação do corredor de ônibus da Rua Bahia

Fotos: Nilson Figueiredo
Fotos: Nilson Figueiredo

Com a implantação os acidentes vão aumentar, comenta professora

Investimento de mais de R$ 3 milhões da Prefeitura de Campo Grande na Rua Bahia está parada, causando confusão nos motoristas. Comerciantes da rua não apoiam o corredor de ônibus no local, alegam que acabará com o estacionamento, além de prejudicar a fluidez no trânsito. 

Os trabalhos deram início em 2019 e paralisados em 2021. Neste período de obras foram feitos 1,2 km de microdrenagem e recapeamento de 1,75 km, entre as Avenidas Afonso Pena e Coronel Antonino, contudo, o corredor de ônibus está desativado, sendo usado como estacionamento entre os motoristas. Na opinião dos comerciantes, lojistas, trabalhadores da região a ativação atrapalhará o movimento do comércio e até mesmo dos veículos.

A professora Débora Tschinhel, que dá aula numa escola na Rua Bahia, do lado esquerdo, aonde está prevista a faixa de ônibus, alega que sua maior preocupação é com as crianças, que sem lugar para estacionar pode ser um problema na hora de deixar e buscar os alunos na escola.

“A faixa fica do nosso lado, do lado esquerdo, as pessoas [clientes] precisam subir aqui. Aqui é uma escola, é um entra e sai de crianças, pensando na segurança deles não é bom ter esse corredor, fica perigoso, difícil para entrar aqui na calçada, fica complicado. O estacionamento desse lado aqui, por exemplo, não vai ter mais. O senhor Antônio, por exemplo, trabalha aqui na frente e aluga o espaço aqui do lado para os clientes estacionarem, porque não tem lugar. Eu acho que não seria interessante um corredor aqui, ainda mais nessa rua cheia de comércio. Fora que aqui tem muito acidente, pelo menos, semanalmente, uma vez. Aqui é caótico”, pontua.  

Foto: Nilson Figueiredo

Se o corredor for ativado vai prejudicar [ o comércio] – Alexandre Uruzambon, empresário

O Alexandre Uruzambon é proprietário de uma concessionária, que também é do lado esquerdo da rua. Alexandre tinha negócio na Avenida Bandeirantes, ele conta que fez parte da comissão e foi nas reuniões que teve sobre a implantação do corredor na avenida e não apoiou desde o primeiro instante. Na Rua Bahia também não concorda na implantação do corredor, ele afirma que atrapalharia o seu negócio pela falta de agilidade que o cliente teria para conseguir parar e entrar no estabelecimento.

“A faixa [do corredor] fica aqui do meu lado, eu tenho vaga dentro da empresa, então, na teoria eu não vou ter tanta dificuldade, porém, aonde vão parar os carros, além dos funcionários, prestadores de serviço, pessoal que tem restaurante, vão estacionar aonde? Não vai ter lugar! Além disso, tem o fato de ter reduzido de três partes de rodagem para dois. Aqui o pessoal fica até confuso, porque não tem demarcação. Se o corredor for ativado vai prejudicar [o comércio], os clientes não terão onde parar, vai quebrar , minha quadra vai ficar sem movimento, sem grana”, explica.

A Dona Ana Corvalan é lojista, trabalha há anos na região, comenta que já viu vários acidentes ali e acredita que eles aumentarão com a ativação do corredor, pela falta de espaço, com a diminuição da fluidez dos veículos.

Foto: Nilson Figueiredo

“Isso não tem cabimento. Não vai ter estacionamento” – Ana Corvalan, empresária

 “Vamos perder um lado total da rua, isso não tem cabimento. Não vai ter estacionamento, ninguém vai querer parar aqui. Esse corredor vai atrapalhar bastante. Além da falta de vagas, acredito que vai aumentar o engarrafamento, não só por ter apenas um lado, mas as faixas vão diminuir também. Aqui tem acidente direto, outra coisa que vai aumentar, pode escrever. Em outros lugares que tem o corredor, o pessoal não gostou, por que aqui funcionaria?”, questiona.

O objetivo da obra é a melhoria na infraestrutura do sistema de transporte público coletivo no corredor exclusivo norte, além de prometer reduzir 20% o tempo de viagem entre o centro da cidade e terminais General Osório e Nova Bahia. Os recursos são de um financiamento contratado junto à Caixa Econômica Federal em 2012, o valor orçado até então para o recapeamento era de R$ 4.914,687,61 e reduziram para R$ 3.303.399,40.

Por Inez Nazira 

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