Com alta de contágio e óbitos entre idosos SES vive dilema para aplicar terceira dose

Terceira dose para idosos
Foto: Valentin Manieri

Mesmo com a imunização de adolescentes caminhando em várias cidades de Mato Grosso do Sul, a SES (Secretaria de Estado de Saúde) pretende que as próximas remessas de vacinas sejam priorizadas para a aplicação da terceira dose em idosos. Segundo o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, a medida está em análise porque dados locais da pandemia apontam que pessoas da terceira idade estão mais vulneráveis que adolescentes abaixo dos 18 anos.

Para Resende, o Estado vive “um dilema”, surpreendido pelos crescentes casos de contaminação e mortes de pessoas com 60 anos ou mais. O cenário, segundo ele, deu força ao entendimento de que a terceira dose nos idosos seja prioridade. “Está invertendo a lógica da morte de idosos, inclusive, idosos que completaram o ciclo vacinal”, pontuou.

A medida é defendida por infectologistas. Na avaliação dos especialistas, além de aumentar a proteção do público da terceira idade, o reforço vacinal será aliado no controle da variante delta. “Acho que é necessário. Seis meses se passaram desde que os primeiros idosos receberam a primeira dose. Por uma possível queda de anticorpos, é necessário programar essa dose reforço”, avalia o infectologista Julio Croda.

Segundo ele, revacinar também é se antecipar aos efeitos da nova cepa da COVID19. “É uma maneira de se preparar para a chegada da variante delta, assim como vários países fizeram para garantir mais proteção”, afirma.

Além dos idosos, Croda ainda fala em terceira dose para pessoas com imunodeficiências e profissionais de saúde. “Já estão vacinando adolescentes. Interessante seria vacinar profissionais de saúde e imunossuprimidos”, pontua.

O médico reafirma ainda a importância de se manter cuidados como o uso de máscara e distanciamento social. “As medidas de prevenção ainda são fundamentais, especialmente diante do cenário da variante delta”, finaliza.

Assim como ele, o infectologista Maurício Pompílio defende a revacinação. “Ainda precisamos de mais informações sobre o comportamento da vacina, especialmente nas pessoas que adoeceram e morreram, contudo, idosos pertencem ao grupo de maior risco e por isso a terceira dose é importante”, avalia.

Segundo o secretário Geraldo Resende, a SES solicitou envio de vacinas para a revacinação e aguarda posicionamento do Ministério da Saúde.

(Texto de Clayton Neves)

 

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