Cigarro eletrônico prejudica veias e artérias, diz pesquisa

Desde a semana passada, uma morte por complicações respiratórias no estado norte-americano de Illinois supostamente ligada ao uso de cigarro eletrônico vem causando debate no país. O episódio ainda está sob investigação, mas pesquisas recentes já apontaram que vaporizadores podem aumentar o risco de bronquite e até mesmo prejudicar células-tronco cerebrais.

E, de acordo com um novo estudo da Escola de Medicina da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, fumar cigarro eletrônico apenas uma vez na vida, mesmo que sem nicotina, já pode ser prejudicial para a circulação sanguínea em veias e artérias.

Segundo Felix W. Wehrli, um dos autores do trabalho, o líquido do cigarro eletrônico é considerado “relativamente inofensivo”, mas o processo de vaporização pode tornar moléculas presentes no vaporizador (tais como as de propilenoglicol e glicerol) em substâncias tóxicas.

“Além dos efeitos nocivos da nicotina, nós mostramos que vaporizar tem um efeito repentino e imediato na função vascular e pode levar a consequências danosas a longo prazo.”, afirmou Wehrli.

Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores fizeram exames de ressonância magnética em 31 pessoas saudáveis e não fumantes. Os participantes então fumaram cigarros eletrônicos com saborizadores de tabaco, mas sem nicotina. Os resultados de antes e depois do fumo foram comparados.

Segundo os cientistas, fumar apenas uma vez o cigarro eletrônico prejudicou a circulação sanguínea e contribuiu para engrossar as artérias. A principal consequência disso pode ser uma piora na circulação do sangue para órgãos vitais, como coração e cérebro. Aí acontecem os temidos infarto ou derrame, por exemplo.

Os pesquisadores observaram ainda que 40% menos oxigênio circulou nas veias e a velocidade de retorno do sangue ao coração baixou em 25,8%. “Se há efeito após o uso de um único cigarro eletrônico, imagine qual tipo de dano permanente pode ser causado por fumar regularmente durante anos”, alertou Wehrli. É, talvez não passe de balela a ideia de que essa seria uma alternativa realmente mais saudável ao cigarro. (Revista Galileu)

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