Centenas de pacientes de MS utilizam Equoterapia da PM

Auxiliando centenas de pessoas, o Centro de Equoterapia da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul se destaca. A andadura perfeita do cavalo, a altura adequada, a docilidade do animal aliados a uma equipe multidisciplinar ajudam a recuperar pacientes com problemas psicomotores e portadores de necessidades especiais. É este o trabalho, que desde 2002, o Centro vem realizando em Campo Grande, Nova Andradina, Corumbá, Aquidauana, Dourados e Sidrolândia. São centenas de praticantes (termo usado pela Instituição) da equoterapia que passam pelos centros, onde o atendimento é gratuito, e saem com visíveis ganhos na saúde, tanto a nível físico como psíquico. Isto porque a atividade exige a participação do corpo inteiro, contribuindo, assim, para o desenvolvimento da força muscular, relaxamento, conscientização do próprio corpo e aperfeiçoamento da coordenação motora e do equilíbrio.

“O movimento do animal é simétrico, repetitivo e ritmado, por há uma imitação que se assemelha ao movimento tridimensional do ser humano”, explica o Coordenador do Centro, tenente Lorenzetti. O resultado, segundo ele, é a estimulação da consciência corporal completa que ativa o cérebro (sistema labiríntico) que busca ajustar a marcha, equilíbrio, movimento sincrônico do tronco, braços, ombros, cabeça com o restante do corpo, gerando uma considerável melhora no tônus de forma global. Ou seja, através da terapia o cérebro manda a informação correta para que ele possa fazer os mesmos movimentos. A diferença da fisioterapia convencional, de acordo com o Tenente, que está na coordenação desde o início, é que os praticantes vão para lá para andar á cavalo. E isto, segundo ele, foge do estigma de estar em tratamento.

O pai de Isabela, sete anos, João Paulo Soares, leva filha há dois anos para a prática de equoterapia e diz que está muito satisfeito com o desenvolvimento da filha, diagnosticada com paralisia cerebral – Hemiparalisia. “Ela teve um avanço considerável no equilíbrio e na postura” atesta. Demonstrando alegria com os movimentos do cavalo, Jefferson de 24 anos, que tem lesão no cérebro, está a quatro meses praticando a terapia. Seu pai, João Evangelista, relata que deste então o filho vem mudando o comportamento. “Ele está mais calmo, dorme melhor e está aprendendo novas atitudes”, declara.

A interação com o cavalo, incluindo os primeiros contatos, cuidados preliminares, o ato de montar e o manuseio final desenvolvem também novas formas de socialização, autoconfiança e autoestima. (O resultado da terapia é tão grande, que atualmente há fila de espera na instituição, que segue as diretrizes do Ande Brasil). No momento o centro está atendendo cerca de 132 praticantes, só na capital. São feitas duas inscrições ao ano, com turmas que duram, no mínimo seis meses – que pode ser estendido até dois anos caso o tratamento exija.

Para participar da terapia é preciso ter indicação médica e estar inserido em quadros clínicos específicos como: doenças genéticas, neurológicas, ortopédicas, musculares, clínico metabólicas, sequelas de traumas e cirurgias. Normalmente o processo é realizado uma vez por semana, com duração total de 40 minutos, sendo 30 minutos de interação direta com o cavalo. (Rafael Belo com assessoria)

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