A fase final do ensino médio para os estudantes representa uma virada de chave em suas vidas, a entrada na faculdade começa a bater na porta e a decisão de qual carreira seguir também se torna uma realidade. Tomar escolhas tão relevantes com pouca idade, sobretudo nos dias de hoje, em que as pessoas estão amadurecendo mais tarde é algo para lá de desafiador. Mas uma pergunta fica no ar: como as escolas e os responsáveis podem ajudar nessas questões?
Com o propósito de auxiliar seus alunos na importante tomada de decisão e no processo de maturação, o Elite Rede de Ensino – que conta no MS com as unidades Elite Mace, Elite Dourados, Elite Ponta Porã e Elite Três Lagoas – realiza esse ano uma feira de carreiras destinada aos alunos da 2ª série do ensino médio com o título “O Mercado de Trabalho do Século XXI”. A escola vai apresentar o que o futuro reserva, independentemente do perfil profissional – funcionário, patrão e empresário autônomo – e também as diversas incumbências do universo profissional.
Segundo Caroline Lucena, coordenadora do ensino médio e do pré-vestibular do Elite, os jovens podem até amadurecer mais tarde, mas o mundo gira cada vez mais rápido. Engana-se quem acha que pensar em carreiras é algo destinado apenas aos que já estão na graduação. Além disso, o foco do trabalho da 2ª série é na carreira, no perfil do profissional, não na profissão. A proposta é pensar no profissional do futuro e no mercado de trabalho do futuro. Não necessariamente precisam decidir a profissão agora.
“Nós esperamos que cheguem ao fim do ensino médio sabendo o mínimo de si mesmos. Se não mais ou menos introspectivos, se têm facilidade ou dificuldade em gerenciar atividades, se estão emocionalmente preparados para as batalhas da vida adulta ou não. Queremos, como escola, que os alunos sigam para a vida adulta com mais confiança. Ter escolhido ou não a profissão é um bônus”, explica Caroline.
Sob o ponto de vista pedagógico, a intenção é estimular o conhecimento sobre diversas carreiras e desenvolver habilidades de apresentação e de trabalho em público. Os estudantes serão divididos em grupos e terão de montar um seminário, que será apresentado para os professores e colegas por videoconferência. O tema central do seminário poderá ser desdobrado nas seguintes temáticas: carreiras tradicionais x carreiras modernas, profissionais do futuro, cursos universitários x cursos técnicos, primeiro emprego x necessidade de experiência que o mercado exige e o jovem e o empreendedorismo.
Aluno da 2ª série do Elite, Yuri de Souza, vê no projeto da escola uma maneira positiva de expandir os horizontes. “O trabalho é um assunto que assusta muitos jovens, porque não sabem o que fazer ou com o que trabalhar. Então, a feira de carreiras vai ampliar o pensamento e facilitar os alunos na hora de escolherem o seu rumo”.
Acolhimento e orientação
Na visão da coordenadora do Elite, há duas grandes dificuldades na escolha da profissão. A primeira é não conhecer a profissão desejada a fundo. A visão que os alunos têm, de forma geral, de uma profissão é romantizada, figurada. Muitos desejam ser médicos, mas não fazem ideia do que significa sê-lo no Brasil. Outros sonham com engenharia porque sentem afinidade por matemática. As imagens são confusas nas mentes dos alunos, algo é natural, devido ao desconhecimento. O segundo aspecto é não se conhecer. Os alunos não sabem quem são, não entendem do que gostam. Por isso, às vezes, declaram não querer uma carreira X porque ela não combina com eles, mas nem mesmo se conhecem.
“Nesse cenário de tantas dúvidas, a escola tem o papel simples e, ao mesmo tempo dificílimo, de orientar. Mostrar caminhos e ferramentas, indicar fontes de conhecimento, e, ao tempo em que orienta, a escola tem a obrigação de acolher, de apontar que a dúvida e que o receio fazem parte do processo de amadurecimento e que é natural sentir medo. Acolher e orientar – nesta ordem – são os papéis da escola nesse panorama”, destaca Lucena.
Saber ouvir é primordial
Os pais também têm sua parcela de responsabilidade no direcionamento da carreira dos filhos. Para Caroline, se os responsáveis não puderem trocar experiências, podem ouvir e acolher o sonho, mesmo que, em princípio, pareça impossível. Se um jovem declara, por exemplo, querer ser o próximo presidente do país, ou um piloto da Nasa, ou ganhar um Nobel, não cabe aos responsáveis nem a ninguém dizer não. Cabe ouvir, entender de onde vem o sonho, a vontade e – por que não – sonhar junto.
Uma pergunta é corriqueira em nosso dia a dia, a juventude, de hoje, carrega uma responsabilidade ainda maior na escolha da profissão quando comparamos com as gerações passadas? A coordenadora do Elite destrincha esse ponto.
“Em parte. Há alguns anos, os papéis sociais eram mais definidos, muitos desses papéis ,aliás, definidos sobre pilares do preconceito. Mulheres não eram empresárias, executivas e não tinham cargos públicos. Pobres não podiam sequer almejar o sonho de serem advogados, engenheiros e médicos. Hoje, as oportunidades são maiores, embora ainda exista o preconceito tolhendo planos. Por outro lado, se há mais caminhos a seguir existem mais escolhas a fazer, o que é um agravante. Por isso, voltamos ao ponto inicial: informação. Quanto mais informação, mais conhecimento. Quanto mais conhecimento, mais segurança para decidir, quando chegar a hora”, finaliza.
Da redação, com a Usina da Comunicação