Segundo participantes, empresa disponibilizou vídeos trocados e não permite anexar arquivos
O Idecan (Instituto de Desenvolvimento Educacional, Cultural e Assistencial Nacional), banca organizadora do TAF (teste de aptidão física), do concurso da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, realizado no período de 2 a 5 de agosto de 2023, no Centro Poliesportivo Vila Nasser, sob sol forte e temperatura de 33,1°C e umidade abaixo de 20%, se pronunciou sobre as irregularidades apontadas por diversos candidatos reprovados no teste. Além das condições já citadas, como a falta de água, o tempo excessivo de espera para realizar a prova e falta de isonomia entre os candidatos, acumulam-se os indícios de que a empresa estaria dificultando a interposição de recursos, apresentando vídeos trocados e não permitindo anexar documentos.
Com dois dias de prazo, após a divulgação dos resultados para esta etapa da seleção, termina, nesta terça-feira (5), o período para a interposição de recursos dos candidatos inaptos. No entanto, para o jornal O Estado, alguns dos participantes alegam que a banca está cometendo irregularidades no processo. Segundo uma das candidatas consideradas inaptas para o cargo de policial militar que entrará com recurso, o instituto não disponibilizou todos os vídeos solicitados. “Nem todos os vídeos dos candidatos inaptos foram disponibilizados. O meu é um deles. A banca examinadora está errando de novo!”, disse a candidata, que preferiu não se identificar.
Segundo a participante, o edital prevê anexar o recurso em PDF. Mas, agora só estão aceitando texto por escrito. “Por exemplo: eu gostaria de anexar as fichas de atendimento da ambulância. Não tem como!”.
Outro candidato indígena que está inapto na natação, recebeu um vídeo de outro candidato branco nadando.
Questionado, o instituto negou qualquer irregularidade e frisou que o concurso segue normalmente. “Com mais de 40 dias de antecedência, o Idecan disponibilizou o cronograma para a preparação dos candidatos, conforme prevê o edital elaborado pela comissão do concurso. O objetivo do teste é selecionar profissionais com capacidade física mínima para atuarem no cotidiano da segurança pública. Nos dias dos testes, a banca dispôs de tendas com cadeiras e água para abrigar os participantes, que aguardam o exame. O mais importante: duas ambulâncias com equipes médicas ficam estrategicamente posicionadas nas extremidades da pista, para prestar os primeiros socorros”. pontuou.
Repercussão
A morte do candidato Arthur Matheus Martins Rosa, 25, que passou mal e morreu após a realização da etapa de corrida, durante o teste de aptidão física do concurso da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, em Campo Grande, continua a ter desdobramentos, em Mato Grosso do Sul. Após apresentar um projeto estabelecendo regras de proteção aos candidatos por meio da limitação do horário de aplicação de provas, levando em conta as condições climáticas, o deputado Pedro Kemp apresentou, na semana passada, na Alems (Assembleia Legislativa de MS), uma indicação solicitando à SAD (Secretaria de Estado de Administração), que os candidatos reprovados refaçam a prova e sejam reavaliados.
Segundo o texto, a reavaliação seria apenas para os candidatos reprovados, tendo em vista que os candidatos que fizeram a prova no período da tarde, não tiveram as mesmas condições climáticas, em comparação com quem fez o teste no período da manhã. Deflagrando, assim, uma falta de isonomia.
Por Daniela Lacerda – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.
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