Quem anda pelas ruas de Campo Grande hoje tem a recordação de como o asfalto se encontrava há pouco mais de três anos. Os buracos que tomavam conta das ruas fizeram com que a cidade fosse conhecida como “Capital do Buraco”. Durante esse período, a Sisep (Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos) investiu mais de R$ 102 milhões apenas em serviços de tapa-buracos e recapeou mais de 100 km em vias do município.
De acordo com os dados fornecidos pela Sisep ao jornal O Estado, apenas no ano de 2017 foram investidos mais de R$ 40 milhões, em que foi necessário o auxílio do governo do Estado para recuperar as vias do município. Cerca de 30 equipes trabalhavam diariamente para recuperar as vias, com meta de tapar dois mil buracos por dia, e com mais de 200 mil buracos fechados no fim do ano.
O trabalho de recuperação gerou uma redução de 36,3%, se compararmos com o ano anterior, no total investido com tapa-buracos em 2018, em que foram gastos R$ 25 milhões, e de 4% em 2019, que contou com R$ 24 milhões. No último levantamento, até junho de 2020, haviam sido destinados R$ 11 milhões.
O secretário municipal de Infraestrutura, Rudi Fiorese, destaca que a diferença expressiva nos gastos com tapa-buraco se dá pela “herança deixada pela administração anterior” e essa redução vem ocorrendo em razão dos investimentos realizados com recapeamento.
Fiorese dá como exemplos a Rua Cayová e as avenidas José Nogueira e a Marinha, que juntas foram investidos R$ 674 mil em serviços de tapa-buracos. Para recapeamento de uma rua o custo ficou em média R$ 400 mil. O secretário define que recapear é mais efetivo.
“O tapa-buracos é um serviço paliativo, pois as ruas que recebem o tapa-buracos, com a chegada das chuvas, logo novos buracos vão surgindo e o correto é se fazer o recapeamento, mas é um serviço que demorou a ser iniciado”, contou.
Isso porque, apesar de mais caro, o tempo de vida útil de uma nova malha asfáltica é de em média dez anos, podendo variar de acordo com o fluxo de carros na via. Portanto, os mais de 100 km que foram recapeados deixam de receber o serviço de tapa-buracos, o que gera a economia.
“Custa em média R$ 450 mil para fazer o recapeamento e em três anos e meio nós gastamos quase um terço do valor que seria investido. Essa é uma questão a longo prazo, mas que aos poucos vai reduzindo os gastos com a manutenção do asfalto”, pontuou.
Exemplo de durabilidade é a Avenida Afonso Pena. A via teve seus 7,8 km recapeados em 2011, com recursos fornecidos pelo governo do Estado e, após nove anos, só agora começa a apresentar seus primeiros buracos.
(Veja a reportagem completa na página A6 da versão digital do Jornal O Estado)
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