Sem intenção de ficar, Autemar chegou em 1994, e mesmo tendo vivido em muitas capitais escolheu firmar raízes na Capital
Beatriz Magalhães
Autemar Souza recebe a reportagem com os braços abertos, um sorriso no rosto e cantando um Chamamé. Nascido em Aparecida do Taboado e criado em Três Lagoas, interior do estado, Autemar construiu a vida nos aeroportos do Brasil, e mesmo tendo vivido em muitas capitais, Campo Grande foi escolhida como lar por ele e pela família.
Autemar chegou em Campo Grande aos 28 anos, em 1994, formado em economia, transferido pela Infraero. “Eu não vim para cá porque quis, mas porque a vida me trouxe. Cheguei assustado, eu era recém-casado e com dois filhos pequenos”, conta.
Os planos dele era ficar aqui por um tempo, mas a Capital Morena encantou um dos funcionários mais antigos da Infraero em Campo Grande. “Quando cheguei esse aeroporto era muito pequeno, mas para mim, vindo do interior, foi encantador porque já havia um movimento considerável”.
casa
Com dois filhos pequenos, uma esposa jovem, e sem a rede de apoio, Autemar queria logo voltar para casa, onde morava no interior de São Paulo, contudo, encontrou aqui sua casa. “Quando cheguei aqui o auge era Canto da Terra. Aí eu fui ouvindo as músicas, ouvindo o som da capital, que é o som do avião, e fui me encantando pela cidade. Então me apaixonei pelas belezas de Campo Grande e principalmente pela qualidade de vida do campo-grandense. Eu já morei em várias outras cidades, pela empresa, mas eu não troco Campo Grande por nenhuma outra cidade para morar”, declara.
Dentre as qualidades lembradas por ele, as vias amplas, as praças e as distâncias foram as mais enfatizadas e depois de ficar 12 anos fora, a trabalho, ele pediu para que retornasse para a cidade a qual criou os filhos, e raízes.
“Toda vez que se falava em Campo Grande nossos olhos brilhavam, até mesmo da minha esposa que chegou aqui chorando, porque não queria ficar. Mas hoje, se depender de mim e da minha família, nós nunca sairemos daqui”.
música
O apaixonado pela música contou, enquanto mostrava o aeroporto de forma amigável e oferecendo sempre um cumprimento amigo para quem passasse, que durante as reuniões de família e churrascos com amigos, gosta de cantar com o filho sempre que pode, e então começa a se lembrar das amizades que construiu aqui.
“O pessoal fala muito que o campo-grandense é sério, e realmente ele é um pouco arredio, mas é só saber chegar e quando cheguei aqui e fiz amizade com todo mundo, contrariando o que me diziam, fiquei ainda mais encantado”.
“A cultura de Campo Grande me encanta muito – a dança, as confraternizações. Eu já morei em cidade litorânea, e o ‘point’ é sempre a praia, mas em Campo Grande? O local de encontro é na casa dos amigos e gosto muito disso. Eu não troco um churrasco com a família e amigos por uma praia. Ir à praia é bom, mas sou do cerrado e prefiro visitar um amigo, comer uma carne assada, dançar um chamamé e tocar um violão”.
notoriedade
Com um diploma na mão, Autemar chegou em Campo Grande ainda em um cargo base, mas aos poucos foi se destacando e ganhando notoriedade pelo trabalho bem desenvolvido e pela vontade de conhecer sempre mais.
Em 2010, o economista chegou à superintendência do Aeroporto Internacional de Campo Grande. “E não fui superintendente só aqui. Também desempenhei essa função em Corumbá, Vitória, Palmas e Cuiabá. Eu tive a honra de administrar cinco aeroportos pelo Brasil”.
Antes de voltar para Campo Grande, Autemar estava administrando o aeroporto de Cuiabá, e a diretoria da Infraero queria o transferir para outro lugar. Contudo, já cansado de tantas mudanças, ele fez um acordo com a diretoria pedindo para voltar a Campo Grande mesmo sem cargo, e a empresa aceitou a proposta.
negócios
Hoje, Souza atua na área de negócios, e presta serviços à sede da empresa, sendo vinculado a Brasília. “Meu desafio agora é conseguir outros aeroportos no centro-oeste, para a Infraero administrar”. Como qualquer apaixonado, Autemar também espera por melhorias, e ele pede por mais incentivo à cultura.
Como alguém que preza pela família, o economista pede por mais espaços familiares e relembra com carinho da época em que o futebol era mais forte na Capital e diz sentir saudade de assistir o Comercial enfrentar o Operário no estádio Morenão, junto dos filhos.
Na definição do campo-grandense de coração, a Cidade Morena é tudo, e carrega o significado de família, amigos, e principalmente da vida profissional que construiu ao longo de 27 anos. “Eu gosto de Três Lagoas, mas eu amo Campo Grande”, declara Autemar com um sorriso no rosto.
Confira o caderno de Aniversário de Campo Grande neste link.