O período de férias potencializou um problema comum em famílias com crianças: as brigas entre irmãos. Os conflitos entre os pequenos são naturais e fazem parte do processo de aprendizagem para relações interpessoais e desenvolvimento da personalidade. Compreender os motivos dos atritos é importante para que os pais ou tutores possam intervir de maneira saudável nessas situações e estimular o diálogo entre os filhos.
De acordo com a psicóloga e coordenadora do Curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, professora Flávia Milanez de Farias, os irmãos são um dos principais representantes das relações sociais na vida infantil e as demonstrações de afeto ou de agressividade são normais. “As crianças estão em processo de formação, nesse cenário, essas divergências acabam aparecendo, elas aprendendo a se expressar, a compartilhar, se adaptando aos ambientes”, pontua.
A maioria dos conflitos ocorre quando um ou as duas crianças compartilham algum tipo de incômodo emocional, como quando são contrariadas ou se sentem ameaçadas ou invadidas.
Até os 6 anos, as noções de socialização e de propriedade estão sendo construídas e é possível que haja desentendimentos na disputa por espaço ou brinquedos. Antes dos 10 anos os jovens podem apresentar dificuldades para desenvolver a empatia e lidam com problemas envolvendo deboches, gozações e provocações.
A intervenção dos adultos não é recomendada em grande parte dos casos, apenas quando for solicitado por um dos filhos ou quando julgar que a discussão está tomando proporções mais sérias. Segundo a psicóloga, o ideal é permitir que o problema seja resolvido pelas próprias crianças e, depois, apontar os comportamentos inadequados de forma pacífica e incentivá-las a comunicar sobre seus sentimentos.
Chegada dos pequenos
Um dos exemplos clássicos de conflitos dentro de casa acontece quando o primogênito sente ciúmes do caçula recém-chegado. A professora explica que a insegurança causada por mudanças drásticas é um dos principais fatores que levam a criança a apresentar hostilidade, portanto as crianças devem ser preparadas para receber os novos irmãos.
A situação pode ser amenizada ao incluir a filha ou o filho mais velhos na expectativa do bebê, como convidá-los para decoração do quarto ou compra de roupas, por exemplo, além de estabelecer uma parceria propondo a partilha de tarefas para quando o novo membro da família chegar.
Por Bruna Marques – Jornal O Estado do MS.
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