Brasil tem alta de 71% em casos de dengue

A dengue tem voltado a crescer no Brasil nos últimos tempos e já soma 94 mil casos neste ano, de acordo com novos dados do Ministério da Saúde. O total representa um aumento de 71% em relação ao mesmo período de 2019.

O balanço considera os dados inéditos informados por secretarias de saúde até a quinta semana do ano. Ao todo, o Brasil já soma 14 mortes por dengue. Para comparação, no mesmo período de 2019, havia cinco mortes registradas.

Em encontro com secretários estaduais e municipais de Saúde para discutir medidas de controle do coronavírus, o Ministério da Saúde fez um apelo para que a rede de saúde reforce a vigilância contra o novo vírus, mas não perca a atenção para outras velhas doenças que atingem o país.

Os dados por estado não foram divulgados. Entretanto, um boletim do Ministério da Saúde informa que até 18 de janeiro, São Paulo e Paraná como estados que lideram em número absoluto de casos.

Já as maiores incidências da doença, padrão que considera o total de casos pela população, é registrada até o momento no Paraná, no Acre e em Mato Grosso do Sul.

O infectologista Marcos Boulos, coordenador de grupo de arboviroses da secretaria de São Paulo, disse que o novo aumento da dengue começou a ser verificado em alguns municípios do estado a partir de janeiro, um pouco mais tarde do que o habitual.

Para ele, embora o último ano já tenha sido um dos maiores em registros, 1,5 milhão de casos prováveis da doença, o auge da epidemia é esperado para este ano.

“Mas é possível ocorrer dois anos seguidos com alto número de casos? Pode. A infestação de Aedes [aegypti, mosquito que transmite a dengue] está aumentando e temos uma população muito suscetível. A chance de ter [um maior número de casos] é grande”, afirmou.

Segundo especialistas, o avanço da dengue já era esperado por causa da mudança, no último ano, no sorotipo predominante de vírus da dengue em circulação, o qual passou a ser o tipo 2 – entre quatro possíveis.

A última vez que esse sorotipo havia circulado com mais força foi em 2008, o que indica a possibilidade de que haja mais pessoas suscetíveis à doença.

(Texto: João Fernandes com Folhapress)

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