A Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) de Mato Grosso do Sul divulgou dados promissores referentes à educação prisional em 2023, destacando avanços significativos e o compromisso em transformar vidas por meio da instrução. O balanço anual revela que 4.660 reeducandos estavam matriculados em diversos níveis de ensino, demonstrando um aumento de quase 15% em relação ao ano anterior.
Do total de matriculados, 3.327 reeducandos cursaram o ensino fundamental, enquanto 1.257 optaram pelo ensino médio. Além disso, 76 reeducandos participaram de cursos de graduação e pós-graduação à distância, fruto de parcerias estabelecidas entre a Agepen e universidades.
O diretor-presidente da Agepen, Rodrigo Rossi Maiorchini, enfatiza que esse aumento nas matrículas é resultado do esforço das equipes de servidores, além das parcerias estratégicas com a Secretaria Estadual de Educação e universidades. Essas iniciativas proporcionam um ambiente educacional propício dentro das unidades penais, contribuindo para a ressocialização dos reeducandos.
O relato de Natiela Fernandes, 36 anos, é um testemunho vivo da transformação possível através da educação prisional. Cumprindo pena por sete anos, Natiela concluiu desde o ensino fundamental até a graduação de Tecnólogo em Serviços Jurídicos Cartorários e Notariais, encerrada no ano passado. “Com a educação, apesar de estar presa, me sinto livre. Agora é vida nova”, afirma Natiela, que planeja cursar Direito.
O relatório da Divisão de Assistência Educacional da Agepen destaca que, ao longo do ano passado, foram realizadas aproximadamente 13 mil atividades educacionais e palestras em presídios da capital e do interior do estado. Além disso, 522 formações técnicas foram oferecidas, preparando os reeducandos para reintegração ao mercado de trabalho.
A iniciativa de remição pela leitura também teve impacto positivo, envolvendo mais de 7,4 mil apenados em 2023, representando um aumento de 12% em comparação ao ano anterior. Os participantes têm a oportunidade de ler até 12 livros por ano, remindo quatro dias de pena por livro lido e resumido, promovendo não apenas a redução da pena, mas também o incentivo à busca constante pelo conhecimento.
Para a chefe da Divisão de Assistência Educacional, Rita de Cássia Argolo Fonseca, as parcerias consolidadas pela Agepen são fundamentais para preparar os custodiados para o retorno à sociedade. Acredita-se que o aumento da escolaridade e da qualificação profissional contribuem significativamente para oferecer melhores oportunidades de trabalho e uma vida digna.
As ações educacionais realizadas em presídios, incluindo a participação em exames nacionais como o Enem PPL e o Encceja PPL, evidenciam o compromisso de Mato Grosso do Sul em proporcionar oportunidades de educação e transformação mesmo no ambiente carcerário. O legado educacional dessas iniciativas ressalta a visão de Paulo Freire: “A educação não transforma o mundo. A educação transforma as pessoas. Elas transformam o mundo.”
Com informações da Agepen
Acessa as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram
Leia mais:
Região Centro-Sul produz a maior safra de cana-de-açúcar em 15 anos