Para os moradores de Bonito, garantir a transparência dos rios é uma questão ambiental, turística e econômica. Referência internacional em conservação ambiental, turistas do mundo inteiro se aventuram no Rio Formoso e ter um grupo de trabalho para preservá-lo é uma garantia de perpetuidade do atrativo.
Com o anúncio de criação de um grupo que vai propor soluções ambientais em relação ao Rio Formoso, proposto e mantido pelo Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), autoridades do município visualizam uma solução para os problemas enfrentados nos últimos anos.
Desmatamento para implantação de lavouras sem autorização e envenenamento transformaram as águas cristalinas em turvas e com aspecto leitoso, principalmente na temporada de chuvas. O grupo tem prazo de 120 dias para apresentação das propostas de ação para recuperação, proteção e uso sustentável do Rio, que é considerado um dos rios de maior beleza cênica do mundo.
De acordo com o secretário Municipal de Meio Ambiente de Bonito, Thyago Sabino, o objetivo é juntar todas as instituições que lidam com as frentes de dificuldade ambiental, em todos os eixos, seja Prefeitura, Sanesul, MS Pantanal, Governo do Estado, para traçar um plano de ação, com prazos determinados, para organizar e estabelecer a ordem ambiental no município.
“Em levantamentos iniciais percebemos que diversas frentes precisam ser atacadas fortemente, porém com investimentos altos, que o município por si só não dá conta e a formação deste grupo, com toda a força política e econômica que terá, vai nos ajudar a traçar um plano efetivo e multifatorial, atacando todas as frentes para garantir a preservação ambiental do Rio Formoso”, explica o secretário.
Sobre o impacto dos trabalhos, Thyago reforça que a garantia de afluentes saudáveis e completamente cristalinos é assegurar o futuro econômico dos trabalhadores da cidade. “Quando a gente pensa na perspectiva, a gente pensa na manutenção da qualidade ambiental do rio e dos seus afluentes. Então, isso sem sombra de dúvidas é primordial para manutenção das atividades turísticas, já que Bonito é conhecido internacionalmente pela condição cristalina das suas águas, que tanta gente vem conhecer. Esse trabalho vai de encontro da manutenção ambiental e econômica que o Formoso oferece ao município e, mais do que isso, a perspectiva é que a gente possa literalmente perpetuar essa interação social, econômica que o município tem com o rio”, concluiu.
Guia de turismo Yolanda Prantl Mangieri e também integrante do Grupo Unidos Conservamos conversou com o jornal O Estado e afirma que a ideia da criação do grupo foi dela com alguns parceiros, mas o governo não incluiu os mesmos. ” O Formoso está sofrendo há anos com desmatamento e em 120 dias não vão conseguir arrumar uma área que vem sofrendo a muito tempo”, disse.
Segundo Yolanda inúmeros estudos científicos apontam a influência negativa do avanço das monoculturas sobre os rios, mas os ranchos e a cidade tem culpa. “Acho necessário a regularização dos ranchos e decks, mas não podemos tirar o foco dos desmatamentos e lavouras que estão tomando conta de todo o entorno de Bonito”, pontua. Outro problema apontado são as estradas, principalmente as estradas das lavouras e dos passeios. (Colaborou Thays Schneider)
Por Kamila Alcântara e Thays Schneider
Confira mais notícias na edição impressa do Jornal O Estado do MS.
Acesse as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram.
Leia mais: