ARTROSE: o que é, porque ocorre, diagnóstico e tratamento

Foto: Divulgação
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Por Professor e Dr. Izaias Pereira da Costa

O que é Artrose?

A artrose ou osteoartrite (OA) é uma doença que acomete as articulações, decorrente da degeneração (desgaste) das cartilagens, do crescimento de “pontas ósseas” ou também conhecidas como “bico de papagaio” e que, cientificamente, são denominados de osteófitos.

Acompanha o quadro um processo inflamatório, que acomete a membrana sinovial (membrana que reveste as articulações), os ligamentos e tendões que dão sustentação à articulação.

Porque ocorre a artrose?

A osteoartrie pode não ter uma causa conhecida, denominada de primária ou ser decorrente de uma má formação articular, como ter as pernas arqueadas (genu varo) ou que se encostam (genu valgo), por exemplo, ou excesso de peso que leva a sobrecarga articular, ou ter doença inflamatória crônica (como artrite reumatóide), ou ainda, lesão articular decorrente por traumatismo acidental ou cirurgia, entre outras causas – secundária.

A partir dos 40 anos a incidência é maior e aumenta gradativamente com a idade. Em geral as mulheres são mais acometidas que os homens, perdendo apenas em relação à artrose de quadril.

Observa-se que os pacientes que apresentam O A primária, tem um forte componente familiar, principalmente dos dedos das mãos e joelhos.

Pelas causas acima relacionadas, ocorre erosão que, progressiva e lentamente, leva ao afilamento e destruição da cartilagem, o que determina a perda da absorção do impacto dos movimentos articulares. Por conseguinte, ocorre sobrecarga dos ossos que compõem a articulação, promovendo alterações nas suas estruturas.

A dor da artrose é devida à sensibilização das estruturas ligamentares, tendíneas, membrana sinovial e cápsula articular. A cartilagem não dói porque não é inervada.

Quais são Sintomas e como é feito o Diagnóstico ?

O paciente geralmente procura o médico por perceber que as articulações dos dedos das mãos estão engrossadas, com ou sem dor, ou ainda por que observou dor em joelhos ou quadris, quando inicia o movimento para andar, depois de ficar sentado por algum tempo. Outras vezes, chama atenção a presença de “joanete” (hálux valgo), com ou sem dor, com deformidade dos dedos.

Porém, os pacientes podem iniciar com dor no pescoço (coluna cervical), no dorso ou lombar, que o Rx ou ressonância magnética, vai mostrar artrose das articulações da coluna e lesões discais (espondiloartrose).

O diagnóstico ocorre após uma história clínica completa, com análise dos sinais e sintomas apresentados pelo paciente, com realização de exame físico adequado e exames de imagens. Os exames de sangue/soro devem abranger uma avaliação completa, para identificar possíveis alterações em outros órgãos e/ou na parte metabólica.

Qual o Tratamento?

O tratamento deve ser individualizado, levando em consideração o tipo de articulação acometida e o grau de acometimento da ostoartrite, a presença de comorbidades, como hipertensão arterial, diabetes ou doença cardiovascular, por exemplo.

O uso de anti-inflamatórios reduzem os episódios de inflamação. Analgésicos podem se usados para reduzir o quadro doloroso. Em razão da dor crônica, o uso de medicações que atuam na modulação da dor, trazem benefícios, como a duloxetina, por exemplo.

Medicações de uso intra-articular, como corticoides e ácido hialurônico, têm trazido benefícios no controle da dor e melhora da mobilidade, ainda que por tempo limitado.

Outras medicações têm sido usadas, como o colágeno oral, sem que haja e evidência de benefícios comprovados e resultados concordantes na literatura.

O uso de Glucosamina com condroitina, tem alguma evidência de melhora da mobilidade e diminuição da dor.

O planejamento e realização de exercícios físicos, como os aeróbicos, que visam o fortalecimento muscular, melhoram muito a mobilidade articular e diminuem a dor. Como a artrose se acentua com a idade e as atrofias dos músculos os deixam fragilizados, a sobrecarga sobre a articulação aumenta e piora o quadro artrósico.

O tratamento cirúrgico fica reservado para os casos de substituição articular por próteses, para correção de deformidades ou fixação das articulações (artrodese).

Todas as comorbidades devem ser tratadas concomitantemente. O médico Reumatologista está capacitado para realizar o diagnóstico e orientar o tratamento para cada caso.

Prof. Dr. Izaias Pereira da Costa: Professor titular da Famed da UFMS; professor do curso de pós-graduação Saúde e Desenvolvimento do Centro-Oeste da UFMS; coordenador do Programa de Residência Médica em Reumatologia do Humap/Ebserh/UFMS; titular da cadeira 23 da Academia Brasileira de Reumatologia.

[email protected] ou www.institutoreumato.com.br

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