Com a flexibilização do porte, a importação das pistolas e munições atingiram a marca histórica. A arma importada custa R$ 4 mil, mais cara do que a fabricada no Brasil. De janeiro a agosto, 37,3 mil revólveres entraram legalmente no país, sendo 25,6 mil importadas somente no mês passado. Uma alta de 54% se comparado ao mesmo período do ano passado, quando foram importadas 17,5 mil revólveres e pistola, conforme dados do Ministério da Economia. As compras desde ano somam US$ 15 milhões.
Um dos motivos para o aumento ocorreu por conta da mudança na legislação que favoreceu a compra dos produtos vindos do exterior. No dia 07 de maio, o presidente Bolsonaro assinou um decreto que derrubou a regra válida até o ano passado que só podiam ser importadas arma que não tivesse um produto semelhante fabricado no Brasil e ainda autoriza a compra de armas de calibre maior, o que era proibido.
Conforme o instrutor de tiros da Polícia Federal e do Exército, Gildo Andrade Neto, a arma estrangeira sempre vai ser mais cara que a nacional. “Uma pistola calibre 380, por exemplo, a nacional sai na faixa de R$ 5 mil, já a importada vai ficar entre R$8 e R$9 mil”, afirma.
Para importar uma arma é preciso do aval do Exército Brasileiro. Segundo a instituição, foi repassado para a Folha de São Paulo, de janeiro a agosto, autorização da compra de 152,5 mil armas estrangeiras, contra 86,4 mil no mesmo período do ano passado. E ainda que a alta na importação foi puxada por pessoas físicas. O Exército concedeu, até agosto deste ano, 5 mil autorizações a pessoa física, 300 a mais do que no mesmo período de 2018. Para pessoas jurídicas e órgãos de segurança pública, as importações caíram 12%, de 478 para 421 armas.
No entanto, ainda segundo Gildo, além do decreto, existem muitos outros motivos que faz com que a pessoa importe uma arma. “Durante muito tempo as fábricas nacionais tiveram uma qualidade muito ruim. Então, existem vários casos: a pessoa que busca realmente uma marca importada específica, pessoas que acreditam ainda que as marcas nacionais ainda não funcionam, pessoas que acham que tem uma melhor garantia com a arma importada”, explica.
Por outro, Gilberto de Andrade, proprietário de uma loja de armas e um stande de tiros na Vila Progresso, alega que vende mais as armas de marca nacional. “Eu tenho armas importadas na loja, mas a saída maior é das nacionais. A arma mais procurada é a pistola calibre 380 da marca Taurus, justamente a que mais vendo”, assegurou. (Texto: Rafaela Alves)