O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) chama a atenção para o grande perigo de ocorrência de incêndios florestais em decorrência da baixa umidade do ar registrada em 461 cidades do Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Tocantins.

Segundo o Inmet, até o fim desta segunda-feira (20) nestas regiões, a umidade relativa do ar abaixo de 12% aumenta a chance de incêndios e pode fazer mal à saúde da população, que deve procurar se hidratar e evitar fazer atividades físicas ao ar livre nos horários mais quentes do dia. O início da primavera, no hemisfério sul, começa nesta quarta-feira (22) xom garantia de “retorno” das temperaturas elevadas e o clima seco.

Perigo

A população mais afetada devido à seca é de Goiás e Distrito Federal, além das regiões centro-sul, nordeste, norte e sudeste mato-grossense; o centro-norte, leste e o pantanal sul-mato-grossense; as faixas ocidental e oriental de Tocantins; o Triângulo Mineiro e a região noroeste de Minas Gerais e também as cidades de Araçatuba, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, interior de São Paulo.

Os técnicos do Inmet alertam também para os grandes riscos decorrentes da baixa umidade em parte de outros 12 estados onde a umidade relativa do ar deve variar entre 30% e 20%: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte.

Porém, eles também alertam para o potencial risco de chuvas intensas e até temporais atingirem algumas cidades do Amapá, Amazonas, Rio Grande do Sul, Roraima e Santa Catarina. Em quatro estados (Maranhão, Pará, Paraná e São Paulo), há regiões sujeitas a enfrentar chuvas intensas ao longo do dia e áreas em que a população enfrenta o calor e a baixa umidade.

Diversidade de climas

A meteorologista e Chefe do Centro de Análise e Previsão do Tempo do Inmet, Morgana Almeida explicou à Agência Brasil que as diferentes situações se devem à atuação dos sistemas meteorológicos que atuam simultaneamente no país.

“Devido às dimensões continentais do Brasil, temos uma diversidade de climas e de sistemas meteorológicos atuando em um só dia. Hoje, temos áreas de instabilidade na Região Norte, com risco de chuvas fortes isoladas, da mesma forma que, no outro extremo do país, na Região Sul, há uma nova frente fria em formação atuando, com a possibilidade de ocorrerem temporais. Já na área central do país, a massa de ar quente que está há praticamente duas semanas paradas sobre a região favorece as altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar”, explicou a meteorologista Morgana.

Para Morgana, até agora, a queixa de muitos moradores da região Centro-Oeste é que, este ano está sendo mais quente e seco que os anos anteriores e que não é uma impressão.

“Todos os anos, no fim do inverno, a temperatura se eleva, marcando a transição entre as estações. A princípio, não me parece ter havido, na região, nenhuma grande diferença em comparação a anos anteriores. Mas é preciso aguardarmos os dados consolidados para termos uma resposta mais categórica”, completa.