Academias reconquistam público aos poucos

A pandemia do novo coronavírus provocou o isolamento social e, consequentemente, fechamento de estabelecimentos de vários setores. Entre os atingidos estão os estúdios de atividades físicas, que só reabriram em abril, com a obrigatoriedade de seguir protocolos de biossegurança. Assim, aos poucos, o campo-grandense está voltando a praticar exercícios: seja dentro de casa ou fora dela.

Os jovens estão voltando para as academias enquanto as pessoas do grupo de risco buscam personal trainers para continuar as atividades em casa. Recentemente, pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista) desenvolveram um estudo que revelou que a irisina pode reduzir a capacidade de reprodução do COVID-19 nas células. O hormônio, que é liberado durante atividades físicas, diminui a quantidade de proteína e, sem isso, o vírus tem dificuldade para infectar a célula.

O conselheiro do CREF11 (Conselho Regional de Educação Física) e personal trainer, Luiz Otávio Ramos, revelou que a pesquisa está sendo divulgada por profissionais da área para incentivar a prática de exercícios físicos. Aos poucos, a procura pelo serviço está voltando a crescer. Além disso,  recentemente, a atividade personalizada ganhou força, comadesão de pessoas do grupo de risco.

“Aqueles alunos, principalmente os que possuem alguma comorbidade, que deixaram de ir ao estúdio, voltaram a nos procurar, mas com uma proposta diferente: eles montaram uma estrutura em casa e querem auxílio para dar continuidade a prática de exercícios”, destacou.

Luiz Otávio apontou que a redução na procura pelas academias esteve ligada, principalmente, ao medo da doença. Para continuar trabalhando durante a pandemia, foi preciso uma série de mudanças: na estrutura dos prédios, alterando a disposição dos aparelhos, e até mesmo no formato em que as aulas são realizadas.

“Quando foi preciso fechar, nós nos adaptamos e passamos a transmitir os treinos on-line. Para voltar, foi necessário outra adaptação, mas no físico da estrutura. Agora, tudo é agendado e as aulas de ginástica
aeróbica são realizadas ao ar livre”, relatou.

O marceneiro Evander Marçal, de 28 anos, contou que sempre buscou manter o hábito de realizar atividades físicas, mas, com pandemia, estava afastado das academias. Por isso ele optou por praticar exercícios ao ar livre, como caminhadas. No último mês, voltou a treinar.

“Eu emagreço com muita facilidade e, esse tempo sem treinar, me fez perder massa. Antes de voltar, eu avaliei bem e escolhi um lugar que faz tudo certo, disponibiliza álcool em gel para esterilizar os aparelhos. E vou antes do horário de pico, pois o fluxo de pessoas é menor”, contou.

Benefícios da vida saudável

Aliada à prática de atividade física, uma alimentação balanceada ajuda no combate a doenças como o diabetes e reduz as alterações de humor. De acordo com a professora do Curso de Nutrição da Uniderp Kátia Wolff, a redução na ingestão de alimentos industrializados pode auxiliar o corpo e a mente a enfrentar os desafios da pandemia.

A nutricionista revelou que com a necessidade do isolamento social, algumas pessoas possuem a tendência de buscar prazeres na alimentação. Isso pode gerar um descontrole hormonal e, como consequência, o ganho de peso e crises de ansiedade.

Os hábitos do campo-grandense como churrascos com carnes gordas e o consumo de álcool podem acentuar essa tendência.

“É preciso começar aos poucos, ninguém vai mudar de vida na segunda-feira. Isso é uma questão de gosto e hábito. É preciso inserir aos poucos mais verduras e frutas, estabelecer metas reais para reduzir os industrializados”, frisou.

Kátia assegurou ainda que a reeducação alimentar é a principal aliada para adquirir resultados permanentes.

(Texto: Amanda Amorim)

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