Enquanto ainda não há uma cura ou vacina para imunizar a população contra a COVID-19, o quadro de pacientes com a forma grave da doença se tornou mais frequente no Estado. Somente ontem (16), 312 pessoas estavam hospitalizadas em leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em MS. A cada dez pacientes graves que são entubados no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), pelo menos dois não sobrevivem.
O levantamento realizado pela instituição compilou os dados desde o início da pandemia, em março deste ano. A mortalidade desses doentes é de 18,1%, em relação ao total de 3.157 casos confirmados, de acordo com o último boletim do hospital.
Para a diretora-presidente do HRMS, Rosana Leite de Melo, é possível notar que, na segunda onda de contágio da doença, os pacientes estão ficando muito mais tempo em UTIs. “Isso já ocorre há pelo menos quatro semanas, e muitos estão indo a óbito de forma [mais rápida]”, reiterou.
Quem sobreviveu ao coronavírus sabe a luta que é travada pela vida quando o caso é grave. O engenheiro civil Arthur Navarro, 30 anos, contraiu a doença em maio, ainda no início da pandemia. Por ter o histórico de obesidade, o coronavírus se manifestou de forma grave em seu organismo, obrigando-o a permanecer internado por 22 dias, sendo a maior parte em um leito de UTI.
“Dos 22 dias de internação, 15 foram na UTI, onde fiquei entubado. Foi um caso bem feio, os médicos falaram para a minha família que poderia acontecer o pior. Minha família inteira contraiu COVID, até a minha filha de um ano e meio, meu pai de 59 anos, e todos passaram pela doença e ficaram bem, só comigo que foi de uma forma mais grave”, reiterou.
Segundo o engenheiro, quando recebeu alta, seu corpo ainda estava muito debilitado, com sequelas na parte motora. “Quando saí do hospital, não conseguia nem andar direito, mexer os braços, fiquei por muito tempo fazendo fisioterapia. Depois entrei na academia e, agora, estou me cuidando certinho para manter o peso”, afirmou.
Conforme Navarro, durante o período de internação chegou a perder 25 kg. Após meses de acompanhamento e fisioterapia, hoje não apresenta mais nenhuma sequela da COVID-19.
Confira a matéria completa n versão impressa do jornal