2019 termina com 66.634 casos de dengue e 29 mortes

A SES (Secretária de Estado de Saúde) divulgou ontem (3) o último boletim epidemiológico de dengue referente a 2019. Os dados mostram que o último ano teve 66.634 notificações enquanto em 2018 inteiro, foram 10.762. Em relação as mortes, foram 29 registros em 2019 e quatro no ano anterior. O Estado enfrentou um surto da doença, levando a Capital e decretar emergência em função do aumento no número de casos. O boletim recolheu informações até o dia 30 de dezembro de 2019.

Conforme o levantamento epidemiológico, Mato Grosso do Sul terminou o último ano com apenas três cidades com média incidência da doença. Os municípios são Inocência, Juti e Paranhos. O restante do Estado apresenta alta incidência. Para se obter este resultado, é calculada a taxa de incidência de casos pelo número absoluto de casos suspeitos e da população residente na cidade.

O número de casos confirmados chegou a 40.362, sendo a Capital a campeã de registros. Na sequência, vem Dourados, com 3.566, Três Lagoas, com 3.691, e Ponta Porã, com 1.099. As mortes no Mato Grosso do Sul foram registradas em 11 cidades e são elas: Campo Grande, Dourados, Três Lagoas, Maracaju, Ponta Porã, Corumbá, Costa Rica, Coxim, Amambai, Miranda e Cassilândia. Os municípios com maior número de vítimas em função da doença é a Capital e Dourados, com oito mortes cada um.

Estratégias de combate da dengue

Para este ano, o município está focando em mutirões nos bairros com maior índice de infestação do mosquito Aedes Aegypti. Em dezembro, foi realizada uma operação de Ano Novo em que foram vistoriados 5.083 imóveis, 5.335 depósitos e 399 focos foram eliminados. Além disso, está nos planos da prefeitura um monitoramento por drones.

O secretário municipal de Saúde, José Mauro Filho, explicou que, em primeiro lugar, vem a conscientização da população. “O que tem que se esperar é a educação da população porque a gente entende que as medidas mais efetivas são o bloqueio dos focos do mosquito”, disse, se referindo ao fim dos criadouros do Aedes Aegypt. Em relação a parte que cabe a prefeitura, o secretário falou de uma medida que está sendo estudada para ser iniciada, provavelmente, neste mês. “O [bairro] Tiradentes deve receber um projeto que estamos viabilizando ainda, que é o zoneamento urbano por drones. Será um videomonitoramento por drones para ver focos de água parada para que a gente possa enviar os agentes especificamente para estes pontos”, detalha.

No entanto, o combate contra a doença está prejudicado pela falta dos carros do fumacê, que deveriam estar circulando pelos bairros. Segundo a Sesau (Secretária Municipal de Saúde Pública), a previsão é que o novo lote de inseticida usado nos veículos chegue na próxima semana, conforme o repassado pelo Ministério da Saúde.

Epidemia de dengue na Capital

O número de notificações por dengue no último verão cresceu expressivamente em Campo Grande. Segundo o boletim da Sesau, com dados até o dia 30 de dezembro, foram notificados 39.301 casos. Em relação aos casos confirmados, Campo Grande teve 19.647 registros, com 18 casos de dengue grave.

O ápice da epidemia ocorreu no início de março, quando o município decretou situação de emergência. O decreto chegou a ser publicado no Diário Oficial da Capital, valendo por 180 dias. Na época, a prefeitura justificou a medida pelo aumento na procura pelas unidades de saúde, demandando mais profissionais, estrutura e materiais. A Capital chegou a ter mais de 9 mil notificações nos meses de março e abril. Somente em março, foram 8.529 casos confirmados, maior número do ano.

(Texto: Raiane Carneiro)

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