O que é Osteoporose?
Osteoporose é uma doença que afeta todos os ossos do corpo e se caracteriza por perda da massa óssea, com perda da estrutura dos ossos, tornando-os mais frágeis e sujeitos a fraturas.
Como ela se desenvolve?
A massa óssea é formada desde o nascimento, sendo acumulada ao longo da vida, até atingir seu pico máximo, entre os 20 e 30 anos de idade. Isto porque até essa idade, as células formadoras da massa óssea (osteoblastos) estão mais ativas do que as células que reabsorvem o osso (osteoclastos). A partir dessa idade, o ganho de massa óssea tende a ser cada vez menor do que a perda.
O que leva uma pessoa a ter osteoporose?
Por uma série de condições que levam a um desequilíbrio entre a formação óssea e a destruição óssea, como o sexo, cor, etnia, dieta, estilo de vida, doenças crônicas etc., faz com que os níveis de massa óssea tendem a diminuir mais rapidamente ao longa da vida, levando, inicialmente, à osteopenia e posteriormente à osteoporose (veremos isso quando falarmos do diagnóstico).
Em relação ao sexo, é sabido que a osteoporose é mais frequente nas mulheres que nos homens. O principal fator responsável por essa preferência é que o hormônio feminino estrógeno protege o osso da sua reabsorção pelos osteoclastos e, quando chega o período de menopausa, no qual esse hormônio diminui bastante, essas células passam a ser mais ativas que as células formadoras de osso, levando à osteoporose pós-menopausa. Outros fatores, como as pessoas de pele clara, com idade maior de 60 anos, histórico de familiares com osteoporose, predispõe para um risco maior da doença.
Muito importante também para o desenvolvimento da osteoporose, são uma dieta pobre em cálcio, que é extremamente necessário para a formação óssea, a ingestão abusiva de bebidas alcoólicas, o hábito de fumar, a não realização de exercícios físicos frequentes e magreza excessiva.
O uso por tempo prolongado de corticoides, contribui para o aumento da perda óssea. A presença de doenças crônicas, como doenças glandulares, doenças inflamatórias crônicas intestinais, doenças reumáticas inflamatórias, doenças infecciosas crônicas e alguns tipos de câncer, cursam, muito frequentemente, com osteoporose, que levam à fratura óssea, principalmente das vértebras da coluna, do fêmur e punhos.
Como é feito o diagnóstico?
A densitometria óssea é um exame de imagem feito nas vértebras, fêmur e punhos, que mede a quantidade de massa óssea de um indivíduo, comparada com um parâmetro numérico de um paciente jovem adulto. Assim, se o valor do paciente for maior que -2.5 vezes, é denominado de osteopenia, se for menor que esse valor, é osteoporose. O raio X de coluna tem sido útil para verificar a presença de fratura de vértebra da coluna, que é um indicativo de osteoporose. A dosagem dos níveis no sangue da vitamina D e do cálcio complementam a investigação. A dor nas costas e o encurvamento para frente do paciente são sinais de possíveis fraturas de corpos vertebrais.
Como tratar?
Como vimos, temos alguns fatores individuais que não temos como intervir, como as características pessoais e a hereditariedade. No entanto, outros podem e devem ser tratados. Entre eles, a mudança de hábitos de vida: como a suspensão do tabagismo e alcoolismo; o sedentarismo, que dever ser combatido com a realização de exercícios físicos regulares e aumento da ingestão de alimentos ricos em cálcio.
É necessário o tratamento das doenças crônicas que porventura o paciente apresenta, que contribuem para a prevenção da osteoporose. O tratamento medicamentoso da osteopenia/ osteoporose deve conter reposição da vitamina D e do cálcio, do uso de substâncias que diminuem a reabsorção e aumentam a formação óssea e também a reposição hormonal na mulher (se não houver contraindicação).
A prevenção da queda
O paciente com osteoporose é muito vulnerável a fraturas ósseas, que podem determinar a sua incapacidade funcional, com a perda da qualidade de vida. Assim, a prevenção de queda acidental é fundamental para evitar a ocorrência de fraturas, que podem determinar a sobrevivência do indivíduo.
Além do tratamento com medicações que citamos acima, as doenças concomitantes devem ser tratadas, a realização de exercícios físicos para fortalecimento dos músculos e melhora do equilíbrio, são recomendados.
O uso de calçados fechados, com solado de borracha, deve ser usado, no lugar de chinelos e sandálias. A adaptação do local de trabalho ou de moradia, com a colocação de apoios para o paciente, como o uso de corrimão nas escadas, nos banheiros; evitar a colocação de tapetes; o local de trabalho e de residência deve ser bem iluminados; evitar pisos molhados e encerados. E-mail: [email protected]. Site: www.institutoreumato.com.br
Dr. Izaias Pereira da Costa é professor titular da Famed da UFMS, professor do curso de pós-graduação de Saúde e Desenvolvimento do Centro-Oeste, da UFMS; coordenador do programa de residência médica em reumatologia, do Humap/Ebserh/UFMS; titular da cadeira 23, da Academia Brasileira de Reumatologia.
Acesse as redes sociais do O Estado Online no Facebook e Instagram.