Infidelidade partidária
Nunca a infidelidade partidária esteve tão evidente quanto na disputa eleitoral deste ano e neste segundo turno em Campo Grande tornou-se tão explicita que até mesmo os partidos mais radicais, tanto de esquerda quanto de direita, estão deixando de lado seus compromissos partidários e ideológicos. Os motivos alegados como justificativa para os posicionamentos a favor tanto de Adriane Lopes quanto de Rose Modesto são os mais variados possíveis e nem se pode culpar a polarização que marcou a política nacional desde a eleição de 2018.
Nos palanques das duas candidatas há um arco-íris ideológico com políticos que trocaram ameaças de morte na eleição passada, agora estando muito perto de prometerem amor eterno, isso tudo diante de um número cada vez maior de eleitores que viram as costas para o debate político. O pior de tudo isso é que, após o dia 27, já está prevista uma movimentação ainda mais intensa nos bastidores, com alguns que hoje se atacam passando a se unir já com vistas à disputa de 2026.
Bolsonaro
Mais uma vez, uma declaração do ex-presidente voltou a ser destaque no noticiário político de Mato Grosso do Sul. Primeiro, ele disse que expulsaria do PL quem não apoiasse Adriane Lopes e depois disse que não, não tinha dito nada disso. Como ainda falta uma semana para a eleição, é bom esperar para ver se ele não vai voltar a desdizer o que disse.
Que juventude é essa?
Camila Jara, ao se eleger vereadora em 2020, tornou-se a representante de uma ala que viria para promover a renovação política no PT. Na eleição deste ano, o partido elegeu mais um jovem político para a Câmara da Capital, Jean Ferreira, com 25 anos de idade. Ele deve estrear no Legislativo municipal com um discurso semelhante ao de Camila Jara.
Dono do partido
O vereador eleito Marquinhos Trad deve assumir o comando do PDT e o partido pode receber a filiação do seu sobrinho Otávio Trad que conseguiu a reeleição pelo PSD, e pode receber também outro membro da família, o ex-deputado federal Fábio Trad. Por enquanto, apenas Nelsinho Trad permanece fora da sigla brizolista.
Debandada
Após ter conseguido eleger 43 prefeitos no Estado, o PSDB corre o risco de sofrer uma forte debandada de prefeitos e perder todos os eleitos. Tudo vai depender dos rumos que a rearrumação política vai tomar em Brasília e que poderá decretar o fim do partido dos tucanos, que saiu muito enfraquecido já no primeiro turno e ainda não dá sinais de reação neste segundo turno.
De licença em licença
O vereador licenciado Claudinho Serra, de licença em licença, vai conseguindo chegar ao fim do mandato e, com isso, impede de enfrentar um processo de cassação, o que o tornaria inelegível por oito anos. Com isso, o vereador poderá tentar um mandato de deputado estadual em 2026.
MDB
Dependendo das articulações que surgirão após o possível fim do PSDB, o partido que poderá voltar a ter uma bancada forte na Assembleia Legislativa é o MDB. Parte dos tucanos não parece disposta a se filiar ao PL e, com isso, uma alternativa mais tranquila seria ir para o MDB, que já tem três parlamentares e pode receber até três ex-tucanos.
Meninos eu vi
O ex-deputado estadual Armando Anache sempre utilizava em suas declarações à imprensa frases em que deixava no ar afirmações de seu antigo líder político, o ex-senador Filinto Muller, com quem trabalhou. Em uma das muitas crises que envolviam o Governo do Estado na Assembleia, Anache foi indagado pela imprensa se estava acontecendo uma divisão entre os integrantes da bancada governista. Ele citou uma frase de Filinto Muller.
– Quando você vê soldado atirando, é motim ou é missão.
Frase
“Passei a chave da boate para o meu Filho”
Isa Marcondes (Republicanos) vereadora eleita em Dourados
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