Escravidão
Trabalhadores encontrados em condições análogas à escravidão em Bento Gonçalves, na serra gaúcha, começaram a voltar para suas casas. Dos 207 resgatados, 194 voltarão para a Bahia, terra natal, enquanto outros quatro baianos preferiram seguir no Rio Grande do Sul. Os nove gaúchos que faziam parte do mesmo grupo seguiram para suas cidades. Naquela mesma noite, um acordo entre a Fênix Serviços de Apoio Administrativo e o Ministério Público do Trabalho foi fechado e um valor de indenização foi pago via depósito bancário. Eles tinham sido contratados para trabalhar na colheita de uvas para a empresa, uma terceirizada que presta serviço para vinícolas da região. O caso foi descoberto pela PRF quando três deles conseguiram fugir e pediram ajuda.
Escravidão I
As pessoas trabalhavam para vinícolas como Aurora, Salton e a Cooperativa Garibaldi, que produzem vinhos e espumantes conhecidos. As três empresas alegam que desconheciam as práticas, mas a indústria se prepara para o impacto econômico que virá do escândalo. Se você gosta de um bom vinho, mas prefere os que não trazem notas de racismo nem retrogosto de trabalho escravo, e se revolta contra o último escândalo trabalhista de Bento Gonçalves e seus desdobramentos. Venha se indignar com a gente e “mudar de rótulos.”
Xenofobia
…E o Ministério Público do Rio Grande do Sul abriu uma investigação civil e criminal para apurar as declarações xenófobas do vereador Sandro Fantinel, de Caxias do Sul, contra baianos resgatados em situação análoga à escravidão para trabalhar em vinícolas da Serra Gaúcha. A informação foi antecipada pelo governador Eduardo Leite (PSDB-RS) e confirmada em seguida pelo MP. A Polícia Civil da cidade também abriu inquérito para averiguar a conduta do vereador e possível crime de racismo, que inclui discriminação por procedência nacional (xenofobia). O Patriota expulsou Fantinel do partido, enquanto a Câmara de Caxias de Sul se desculpou pelo discurso do vereador.
Reforma
O grupo de trabalho da reforma tributária iniciou nesta semana as discussões sobre a reforma, considerada prioritária pelo governo Federal. O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG) se reuniu com o relator do grupo, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e o economista Bernard Appy, secretário especial para reforma tributária do Ministério da Fazenda.
Reforma I
Dois projetos tramitam no Congresso: a PEC 45 (Câmara) e a PEC 110 (Senado). Há convergências nas duas propostas e a ideia é unificar para garantir aprovação, com um novo texto fruto de discussões do grupo de trabalho. Apesar de ser considerada prioritária, a reforma é vista como complexa politicamente. Discutida há décadas, diferentes governos tentaram, sem sucesso, aprovar uma reforma tributária. Há resistências partidárias, regionais e de diferentes setores produtivos.
Há vagas
Então… O governo Lula completou dois meses com várias áreas da administração pública sem chefia. De 178 secretarias ou órgãos de gestão, 60 estão com o comando vago, segundo levantamento da consultoria Ética Inteligência Política. Ao menos 100 departamentos e diretorias abaixo dessas secretarias estão na mesma situação. No caso das empresas estatais e autarquias, 47 de 72 entidades continuam sem definição. Ou seja, ainda há espaço e vagas para negociar com o Congresso.
Negociação
…E o presidente Lula manteve parentes de políticos do Centrão em cargos na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Um deles é o primo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), João José Pereira Filho, conhecido como Joãozinho, que já foi condenado duas vezes por improbidade administrativa, quando foi prefeito de Teotônio Vilela (AL). Joãozinho segue no comando da superintendência da estatal em Alagoas. Parentes do senador Ciro Nogueira (PP-PI), do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) e do ex-senador Elmano Férrer também seguem com postos na empresa.
Negociação I
Um acordo feito pelo atual governo com o centrão prevê que a presidência da Codevasf seguirá com um indicado do deputado Elmar Nascimento (União-BA), aliado de Lira. A Codevasf esteve na mira de órgãos de controle, como a Controladoria-Geral da União (CGU), nos últimos anos, devido a acusações de irregularidades, como superfaturamento e direcionamento político.
Inteligência Artificial
A Meta lançou um novo modelo de linguagem baseado em Inteligência Artificial (IA). O modelo, chamado LLaMA, foi projetado para gerar texto e conversas, resumir material escrito e executar tarefas complicadas como resolver teoremas matemáticos ou prever estruturas de proteínas. Segundo o presidente-executivo, Mark Zuckerberg, para manter a integridade e evitar o uso indevido da ferramenta, o LLaMA será lançado sob uma licença não comercial para pesquisadores de IA. Com o sucesso do ChatGPT, da OpenAI, outras empresas de tecnologia estão de olho no setor. Além da Meta, o Google lançou o seu robô Bard e a Microsoft usa o ChatGPT no buscador Bing.
Serviço:
Por Bosco Martins.
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