Confira a coluna ‘Conectado’

bosco martins
Foto: Acervo Pessoal

Brasília

Buscando a volta do feriado com o pé direito, o governador Eduardo Riedel (PSDB-MS), como já anunciado, corre contra o tempo rumo a Brasília, em busca de reverter os números da reforma tributária. O relator da reforma no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), não revela o placar, mas afirma que já há votos suficientes para aprovar a proposta na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e no plenário do Senado. “Vamos trabalhar muito ainda, até a reunião da CCJ, na terça-feira (7). A expectativa é termos uma aprovação expressiva na CCJ. E a ideia é, no dia 8, deliberar no plenário, em primeiro turno. No dia 9, em segundo turno.”

Fronteira

…E quem também corre para colocar em prática outra missão não menos importante é o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Antônio Videira. Ele recebeu de forma positiva ao reforço do decreto da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), assinado pelo presidente Lula, para combater o crime organizado. O decreto unifica as policiais, incluindo as estaduais, num comitê coordenado pelos ministérios da Justiça e Segurança Pública e o da Defesa supervisionará as operações. Cerca de 3,7 mil militares de Exército, Marinha e Aeronáutica serão mobilizados. Segundo o ministro da Justiça, Flávio Dino, as Forças Armadas intensificarão as atividades nas fronteiras, com foco em áreas do Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional também reforçarão as operações nesses Estados.

Fronteira 1

Com 2 milhões de pessoas na região de fronteira, o Exército vai reforçar a segurança para combater o crime organizado. Em Mato Grosso do Sul, 45 dos 79 municípios fazem parte da faixa de fronteira, que se entende por 756 km e, segundo a lei, “é considerada área indispensável à Segurança Nacional a faixa interna de 150 km de largura, paralela à linha divisória terrestre do território nacional, designada como faixa de fronteira”. Para o secretário de Segurança de MS, Antônio Videira, a atuação conjunta já é realizada, mas de forma esporádica e, segundo ele, a população, superior a dois milhões de pessoas, na região compreende ainda as cidades de Mato Grosso do Sul, Paraguai e Bolívia. “Vem como um reforço para mostrar que o governo está atento à necessidade de robustecimento das ações na faixa de fronteira, por onde entra o maior volume de armas e drogas no país. Enfrentar o crime organizado na fronteira é uma forma de otimizar os resultados, imprimir celeridade, e diminuir custos. Além do efetivo, tem aeronaves, tem o Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras), os radares de Murtinho e Ponta Porã”, finalizou.

Argentina

…Enquanto isso, na Argentina, próxima do segundo turno das eleições presidenciais, marcadas para 19 de novembro, Javier Milei, candidato do partido A Liberdade Avança, está na liderança, conquistando 52% dos votos válidos, enquanto Sergio Massa, o atual ministro da Economia e membro do partido peronista, está com 48%, de acordo com a última pesquisa realizada pela Atlas Intel após os resultados do primeiro turno. Considerados os votos totais, o candidato tem 48,5% e o peronista 44,7%, números dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais, caracterizando empate técnico. O instituto foi o único que acertou nas eleições Argentinas no primeiro turno e a pesquisa tem uma margem de erro de 1,7 pontos percentuais. Este levantamento, conduzido entre os dias 1º e 3 de novembro, envolveu a participação de 3.218 eleitores, que responderam a um questionário on-line. Os resultados também apontam que 2,5% dos eleitores ainda não decidiram seu voto, 2,9% pretendem votar em branco, e 1,4% planejam anular seus votos.

Argentina 1

Por que o Brasil não se transformou em Argentina? A Argentina voltará, em breve, às urnas para escolher entre a extrema-direita lunática e a continuação de um governo desastroso. Isso em meio a um cenário grotesco de recessão, inflação rumo aos 200% ao ano e perspectiva de piora. Não é descabido pensar que o país estaria em meio a uma convulsão social, não fossem Lionel Messi e a Scaloneta e, mais especificamente, a perna esquerda do Dibu Martínez. Enquanto o país vizinho parece preso a uma eterna década de 1980, de hiperinflação e políticas públicas estapafúrdias, o Brasil seguiu adiante por ter tido FHC, em vez de Menem, e Lula e o PT, em vez do peronismo.

A sensação de déjà vu é como a de olhar para um passado contínuo em tempo real, uma dimensão paralela, digna de ficção científica: congelamento de preços, câmbios paralelos, pobreza em ascensão, vidas dedicadas a lidar com uma economia em completa desordem.

Argentina 2

Adicionem-se as semelhanças entre Javier Milei e nosso passado recente e a pergunta é inevitável: como conseguimos escapar desse destino? A Argentina de hoje é, de fato, muito pior que o que levou o Brasil a eleger Jair Bolsonaro em 2018. Então, a grande pergunta é: por que não é esse o cenário brasileiro? Por mais reservas que possam ser feitas, mesmo oponentes ferrenhos (porém razoáveis) do PT deveriam reconhecer que o partido tem um DNA muito mais liberal-democrático do que o do peronismo. Da mesma forma, e por mais erros que tenham cometido no âmbito da política econômica, o partido e Lula demonstraram, no governo, tanto antes como agora, um nível de pragmatismo e competência muito diferentes do kirchnerismo. Mas fica uma pergunta: por que os governos do PT tomaram o rumo de política econômica que tomaram? Boa parte do espectro à esquerda no Brasil, inclusive dentro do PT, tem uma visão de política econômica não muito distante da visão kirchnerista.

Por Bosco Martins.

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