Inelegível
O fuzuê provocado pelo encontro entre as duas principais lideranças políticas do Estado, Reinaldo Azambuja (PSDB-MS) e Tereza Cristina (PP-MS) tem sua razão de ser. Como política é olhar adiante e, apesar da aparente tensão, entre o PSDB e o PP, com vistas às eleições de 2024, o que está em jogo, principalmente, é a sucessão do governador tucano, Eduardo Riedel (PSDB-MS) e a eleição de duas vagas no Senado Federal, em 2026. E a dinâmica da política, independentemente do que ocorrer no ano que vem, poderá, sim, colocar o ex-governador tucano e o atual governador no mesmo palanque da senadora Tereza Cristina, repetindo a aliança vitoriosa de 2022. Como sinalizou o presidente nacional do partido, Ciro Nogueira, desde que ela venha realmente a tornar-se candidata a presidente da República pelo seu partido, em 2026. Para isso, conta e muito o aguardado julgamento da ação que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível.
Inelegível 1
…E o julgamento da ação que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível já tem local, hora e data: 22 de junho. A ação, que será julgada pelo Tribunal Superior Eleitoral, foi apresentada pelo PDT, questionando a conduta de Bolsonaro em uma reunião com embaixadores, no Palácio da Alvorada, em julho de 2022. Na ocasião, ele pôs em dúvida a segurança das urnas e a lisura do processo eleitoral. No caso de isso acontecer, de fato, abre-se o caminho para Tereza Cristina ser a candidata do ex-presidente Jair Bolsonaro em 2026 e, como preconizou Ciro Nogueira, torna-se possível a aliança e o apoio do PP à reeleição de Eduardo Riedel (PSDB-MS) e vice-versa, colocando novamente os dois partidos no mesmo palanque. Aguardemos os próximos lances e as articulações que já estão em pleno vapor, visando as eleições de 2024.
Bala de prata
A ministra do Planejamento, Simone Tebet (MDB-MS), voltou a defender a reforma tributária como a bala de prata para o crescimento do Brasil com inclusão social. Tebet frisou que a reforma tributária, além de garantir um fundo de compensação para os Estados, vai exigir um plano de desenvolvimento regional, fundamental para elencar as prioridades e potencialidades de cada Estado para a formatação de políticas públicas de médio e longo prazo.
Infiltrado
E o ex-deputado estadual do Paraná, Tony Garcia, que afirma ter atuado como “agente infiltrado” de Deltan Dallagnol e do ex-juiz e hoje senador, Sergio Moro (UB-PR) na Lava Jato. Para conseguir uma delação premiada, ele teria feito gravações ilegais de outros acusados. Garcia diz ter denunciado o caso à juíza, Gabriela Hardt em 2021, mas alega que ela não teria tomado providências.
Suspeita
…Enquanto isso, em Curitiba, a juíza Gabriela Hardt, à frente interinamente dos processos da Lava Jato, declarou- -se suspeita em ações envolvendo o ex-deputado estadual Tony Garcia. Ela o está processando após ele afirmar que lhe contou, em 2021, sobre irregularidades cometidas por Moro e Dallagnol e que, por isso, a magistrada teria anulado seu acordo de delação premiada.
Depoimento
…E, ao mesmo tempo… O ministro Dias Toffoli concedeu um habeas corpus para que o advogado Tacla Duran deponha na Câmara sem o risco de ser preso. Ele acusa Dallagnol e o hoje senador Sergio Moro (UB-PR) de extorsão quando eram, respectivamente, procurador e juiz da Lava Jato, em Curitiba. Fica uma indagação. Vivemos uma Lava Jato às avessas? Quais as semelhanças e diferenças entre a atuação do então juiz Sergio Moro e a do ministro Alexandre de Moraes?
Meio Ambiente
Pouco mais de uma semana após esvaziamento do Ministério do Meio Ambiente, o presidente Lula apresentou, ao lado da ministra Marina Silva, as novas metas do PPCDam (Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia). O anúncio ocorreu em uma data simbólica: o Dia Mundial do Meio Ambiente. Criado em 2004, quando Marina também estava à frente da pasta, o PPCDam tem como principal meta zerar o desmatamento na região, até 2030. Entre os objetivos apresentados está o imediato embargo de metade das áreas desmatadas em unidades de conservação federais. Serão criados 3 milhões de hectares de unidades de conservação, até 2027. Além disso, serão desenvolvidos sistemas de rastreabilidade dos produtos agropecuários e minerais da Amazônia para coibir as práticas ilegais, com a criação do “Selo Amazônia” e do “Selo Verde”, que certificarão mercadorias da região.
A cadeia do ouro, cujo garimpo ilegal destrói a floresta, também será fiscalizada. E, na esteira da polêmica sobre a exploração de petróleo na foz do Amazonas, vai se tornar obrigatória a realização de Estudo de Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental para grandes empreendimentos e projetos de infraestrutura na região, alinhando esse planejamento à meta de desmatamento zero, até 2030.
Por Bosco Martins.
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