As drogas e a degradação cultural

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Coluna: Entre Linhas, com Gabriel Pollon 

Um dos desafios que enfrentamos no Brasil e no mundo, atualmente, é o flagelo da droga, que vem ceifando vidas e destruindo as famílias por onde quer que passe, mas nem sempre foi assim.

Há 20 ou 30 anos, ouvíamos falar que o nosso Estado era “corredor do tráfico”, pois, devido à extensa fronteira seca, era inevitável coibir cem por cento do tráfico em nossas rodovias.

Entretanto, dos anos 90 em diante, passamos da posição de rota do tráfico para mercado consumidor, inobstante ao trabalho realizado pelas forças de Segurança Pública que, atuando com inteligência, vêm quebrando recordes consecutivos de apreensões. 

Porém, se as apreensões são cada vez maiores, por que a sensação nas cidades é a de que estamos perdendo a batalha para as drogas?

O problema das drogas, ao nosso sentir, está ligado ao ambiente cultural vigente mundo a fora, desde os anos 50, com o advento da contracultura. 

Na verdade, estamos colhendo os frutos de um movimento cultural que se propôs a romper com a cultura vigente, em que a ideia era a “quebra de tabus”, contrariando, assim, as normas e padrões culturais.  

O que se percebe, ainda hoje, na “cultura pop” é o espírito revolucionário de destruir o que está posto. Percebe-se isso no ambiente cultural atual, com a relativização do bom e do belo.

Mas qual relação teria a droga com a cultura ou com a noção de conceitos, como o bom e o belo?

Ora, em um ambiente em que não se cultuam valores objetivos como a beleza e a virtude, é natural que o ser humano se entregue a toda a sorte de vícios, que resultarão na desordem dos sentidos e, por sua vez, do ambiente ao seu redor, criando assim as famosas “cracolândias” pelas cidades mundo afora, sejam elas em São Paulo, Campo Grande ou Califórnia.

Urge recuperarmos os princípios e valores norteadores da nossa sociedade, que cultivemos as virtudes e a beleza como conceitos objetivos, que voltemos a valorizar a boa arte, que passemos aos nossos filhos uma formação estética sólida, nutrindo-lhes também com arte de boa qualidade. Caso contrário, seremos tragados pelo caos e pelo flagelo da droga.

“Na verdade, estamos colhendo os frutos de um movimento cultural que se propôs a romper com a cultura vigente, em que a ideia era a “quebra de tabus”, contrariando, assim, as normas e padrões culturais”

 

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