Coluna: Entre Linhas, com Gabriel Pollon
De tempos em tempos, os conservadores são chamados ao debate sobre aborto, sendo fato que, em alguns países, a cultura da morte tem avançado a passos largos.
Em terras brasileiras, a pretensão não é diferente. Recentemente, a ministra Rosa Weber sinalizou que pode antecipar seu voto sobre o tema, nos autos da ADPF n°442, uma vez que, conforme entendimento consolidado no Supremo, é permitido a ministro, em vias de se aposentar, a antecipação de voto em plenário virtual.
Importante frisar que o próprio termo aborto não faz jus à magnitude do ato. Antes que se inicie qualquer discussão sobre o tema, é necessário que se estabeleça, como premissa inicial, sua nomenclatura real, ou seja, falaremos sobre o assassinato de crianças inocentes, ainda no ventre de suas mães.
Muito se fala sobre o tema. Alguns o abordam sob o enfoque da “saúde reprodutiva da mulher”, outros, sobre a óptica da “proteção às vítimas de violência sexual”, ou até mesmo se utilizando do termo “mora legislativa”, que sustenta a narrativa de que o legislador brasileiro estaria em dívida com a sociedade, no tocante ao tema, deixando de legislar a esse respeito, o que não passa de narrativa, conforme já dito acima, pois é estatística que mais de 70% da população brasileira, segundo a pesquisa (fonte: Ipec [ex-Ibope]) é contra o aborto.
Em que pesem os argumentos pró-aborto, fato é que o legislador constituinte revestiu a vida humana de especial proteção, conferindo-lhe status de cláusula pétrea, que não poderá ser alterada via emenda constitucional. Ademais, o próprio senso comum nos indica o caminho, uma vez que de um crime não há como resultar solução positiva, ou seja, não se apaga um mal com um mal maior.
Muito se fala sobre o assunto, no entanto, é possível perceber que a mídia “mainstream” não se empenha em demonstrar o quão nocivo e monstruoso é um aborto, curioso que, atualmente, você encontra informação dos efeitos deletérios do tabagismo no próprio maço de cigarros, contudo, surpreendentemente, no caso do aborto, não se observa o mesmo empenho em esclarecer à população quanto aos danos causados, primeiramente ao nascituro, dono do bem maior, que em poucos segundos passa de ser humano, sujeito de direitos e garantias invioláveis a um lixo hospitalar.
Pouco se fala dos danos à psique da mulher, muitas vezes induzida à prática do ato monstruoso, sem o necessário esclarecimento, que após a sua realização terá que lidar com o fato de ter promovido a morte de seu próprio filho inocente.
O que se nota, em última análise, é o esforço de movimentos revolucionários contra a estrutura mesma da realidade. Para o revolucionário é necessário destruir tudo o quanto está posto, para então apresentar um mundo melhor.
O aborto sempre será o mais hediondo dos crimes, uma vez que é perpetrado contra quem não possui qualquer chance de defesa, sendo certo que, do resultado desse crime, não pode advir qualquer bom fruto. Sejamos nós, portanto, o choro destes inocentes a se defender, antes mesmo de nascerem.
Confira mais notícias na edição impressa.