Presidente Lula vai liderar os debates, que vão se concentrar em duas prioridades: cooperação do Sul Global e parcerias para o desenvolvimento social, econômico e ambiental
Fortalecendo a Cooperação do Sul Global para uma Governança mais Inclusiva e Sustentável é o lema que guia a presidência brasileira do Brics em 2025 e tem sua consolidação na Cúpula do grupo que ocorre neste domingo (6/7) e segunda-feira (7/7). O Rio de Janeiro é a sede do evento que concentrará os debates em duas prioridades: cooperação do Sul Global e parcerias Brics para o Desenvolvimento Social, Econômico e Ambiental.
Programação completa do evento
O grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, bem como por outros membros recém-admitidos – Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã – representa um dos principais foros de articulação político-diplomática dos países do Sul Global, com foco na cooperação em diversas áreas.
Entre os temas a serem abordados, estão:
Cooperação em Saúde Global: incentivar projetos concretos de cooperação entre as nações do Brics para promover o desenvolvimento sustentável e inclusivo em vários setores, particularmente na saúde, para garantir o acesso a medicamentos e vacinas; lançar a Parceria Brics para a Eliminação das Doenças Socialmente Determinadas e Doenças Tropicais Negligenciadas;
Comércio, Investimentos e Finanças: considerar a governança e a reforma dos mercados financeiros, as moedas locais, e os instrumentos e plataformas de pagamento como meio de aumentar e diversificar os fluxos comerciais, financeiros e de investimentos; fazer avançar a Parceria para a Nova Revolução Industrial e adotar a Estratégia 2030 para a Parceria Econômica dos Brics;
Mudança climática: adotar uma Agenda de Liderança Climática do Brics, incluindo uma Declaração-Quadro dos Líderes sobre Financiamento Climático visando a orientar mudança estrutural no setor financeiro;
Governança da Inteligência Artificial: promover uma governança internacional inclusiva e responsável da inteligência artificial, a fim de destravar o potencial dessa tecnologia para o desenvolvimento social, econômico e ambiental;
Arquitetura Multilateral de Paz e Segurança: promover uma reforma abrangente da arquitetura multilateral de paz e segurança, a fim de garantir atuação eficaz no enfrentamento de conflitos, evitar catástrofes humanitárias e impedir a eclosão de novas crises; reconstruir a confiança e o entendimento mútuos, retomar a diplomacia e promover soluções pacíficas para conflitos e disputas;
Desenvolvimento Institucional: melhorar a estrutura e a coesão do Brics.
História e Origem
O acrônimo Bric foi concebido, em 2001, por um economista do banco de investimentos Goldman Sachs em reconhecimento ao dinamismo de crescimento econômico de Brasil, Rússia, Índia e China.
O Bric como foro de cooperação e de concertação foi criado por iniciativa política dos governos dos seus países fundadores. Seu objetivo inicial era dialogar sobre grandes temas da agenda internacional e fortalecer politicamente suas posições comuns, a fim de democratizar, legitimizar e equilibrar a ordem internacional.
A primeira reunião do Bric ocorreu em nível de Ministros das Relações Exteriores em 2006, às margens da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque. A primeira reunião de Cúpula de Chefes de Estado ocorreu em 2009, na cidade de Ecaterimburgo, na Rússia.
A partir da crise financeira de 2008, os então quatro países buscaram atuar de forma concertada, no âmbito do G20, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, com propostas de reforma da governança econômica e financeira internacional, de modo a refletir o aumento do peso relativo dos países emergentes na economia mundial.
Com a incorporação da África do Sul em 2011, o “S” foi acrescentado ao acrônimo original, na primeira expansão do agrupamento. Em 2023, na Cúpula de Joanesburgo, definiu-se a segunda expansão do grupo, com a adesão de seis novos membros.
Ao longo dos últimos anos, o Brics permaneceu como mecanismo informal de coordenação, sendo sua presidência exercida de forma rotativa entre seus membros. Sua atuação desenvolve-se tradicionalmente em torno de três pilares: 1) política e segurança; 2) economia e finanças; e 3) P2P (“people-to-people”), ou sociedade civil.
Países Membros
Atualmente, o Brics é composto por onze países membros: seus cinco membros originais – África do Sul, Brasil, China, Índia e Rússia -, e os seis novos membros admitidos em 2024-25 – Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. O agrupamento foi primeiramente composto por Brasil, Rússia, Índia e China em 2006; a África do Sul aderiu em 2011; a nova expansão, efetivada em 2024, derivou de mandato da Declaração de Joanesburgo, de agosto de 2023.
De acordo com o mandato da Declaração de Joanesburgo, os líderes aprovaram a criação da categoria de país parceiro do Brics, durante a Cúpula de Kazan, em 2024. São países parceiros do BRICS: Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.
No exercício de sua presidência pro tempore do Brics, o governo brasileiro anunciou o ingresso formal do Vietnã como país parceiro do agrupamento. Com isso, o Vietnã torna-se o décimo país parceiro do Brics. Com uma população de quase 100 milhões de habitantes e uma economia dinâmica fortemente integrada às cadeias globais de valor, o Vietnã destaca-se como um ator relevante na Ásia. O país compartilha com os membros e parceiros do Brics o compromisso com uma ordem internacional mais inclusiva e representativa. Sua atuação em prol da cooperação Sul-Sul e do desenvolvimento sustentável reforça a convergência com os interesses do agrupamento.
Com informações da Agência Gov.
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